O governo pode fazer uma revisão extraordinária das previsões de consumo e carga em 2015 no mês de julho. A próxima previsão deveria ser feita em agosto para valer para setembro e anunciada em setembro. De acordo com o presidente da EPE, Maurício Tolmasquim, fatores como a alta nas tarifas e a fraca atividade industrial justificariam na revisão. A previsão anterior indicava que o consumo teria redução de 0,5% e a carga, crescimento de 0,1%. "Se revisarmos, provavelmente os dois números vão ficar negativos", explica Tolmasquim, que participou de evento no Rio de Janeiro nesta terça-feira, 23 de junho.

Ainda de acordo com ele, essa revisão deve ser feita com cautela, uma vez que fatores como a perspectiva dos reservatórios e uma possível baixa no preço de liquidação das diferenças podem impactar em melhora dos números na previsão. "Não podemos supor que vai cair muito e ter uma visão que não é a correta", avisa.

Esse panorama também impacta na elaboração do Plano Decenal de Energia 2024, que, segundo Tolmasquim, está praticamente pronto e ele espera mandar entre julho e agosto para o Ministério de Minas e Energia. Como houve redução de demanda, ele teve que ser atualizado, com uma previsão menor nos primeiros cinco anos, mas que depois se recuperam.