A greve dos funcionários da Eletrobras, que entra na sua terceira semana, pode estar com o fim próximo. Faltando ainda o voto dos funcionários da chamada Base Rio – composta por Furnas, Eletronuclear, Cepel e da holding – a tendência é de aprovação à proposta feita pela empresa. Chesf, Eletronorte, quatro distribuidoras e a CGTEE já aprovaram a proposta. Caso a Eletrosul aceite, já haverá a maioria para que seja encaminhada a direção o acordo e a consequente volta ao trabalho. A subsidiária vai realizar a sua assembleia na noite desta sexta-feira, 19 de junho.

De acordo com Fernando Pereira, secretário de Energia da Federação Nacional dos Urbanitários e coordenador do Comando Nacional dos Eletricitários, a discussão da categoria já não girava mais sobre o aspecto financeiro, mas sim sobre o futuro, uma vez que a proposta anterior da empresa colocava que a partir de 2018, a Eletrobras só poderia distribuir Participação nos Lucros e Resultados mediante o registro de um lucro de R$ 6 bilhões. "Nesse cenário era complicado assinar um termo três anos antes, engessando as regras", explica. Segundo ele, na nova negociação foi feito um termo separando o ano atual, um com um período de transição até 2017 e outro termo com o ano de 2018, com o PLR definitivo, além de uma comissão paritária para acompanhar todo o processo. "Para nós foi positivo nesse sentido", avisa.

Esse acordo com a Eletrobras vai possibilitar que os sindicalistas tenham uma base de discussão nas negociações das PLRs dos próximos anos, com as regras pré-definidas. Isso também pode eliminar os conflitos no futuro. Assim quando se começa a negociação já se sabe o que tem que atingir. "Agora já sabemos qual lucro a empresa deve ter, o resultado operacional que tem que ter e o Ebitda", revela.