Com o anúncio feito no último mês de maio que também pretende abrir no Brasil uma fábrica de painéis fotovoltaicos, a chinesa BYD quer trazer para o Brasil uma nova tecnologia de módulos, chamada pela empresa de dual glass, considerada mais eficientes. "Ela é mais eficiente, reduz a degradação do painel, tem uma vida útil muito maior no longo prazo", explica Adalberto Maluf, diretor de relações governamentais da BYD no Brasil. O anúncio foi feito durante a visita ao Brasil do primeiro-ministro chinês, Li Keqiang.
Ele explica que a intenção da BYD é até o fim do primeiro semestre de 2016 apresentar a sua primeira encomenda de equipamentos. Segundo o executivo, as negociações com os vencedores dos últimos leilões estão ocorrendo em bom estágio, mas ainda não foi fechado nenhum contrato. O investimento será de R$ 150 milhões. A BYD já está construindo fábrica de veículos elétricos na cidade de Campinas (SP). A unidade de placas ficará na mesma cidade paulista. Ela vai aproveitar a sinergia para montar o parque.
Maluf vê em 2 GW a demanda ideal para que a indústria solar se estabeleça no país. Ele acredita que essa quantidade de energia comercializada pode trazer pelo menos três fabricantes para o país nessa primeira fase, em que a maior parte dos equipamentos será importada. "A gente agrega valor, cria empregos e inúmeros benefícios. Mas o ideal seria que tivéssemos uma demanda maior", avisa.
Outro aspecto que a BYD quer delinear na sua atuação em terras brasileiras é o do investimento em Pesquisa & Desenvolvimento. Maluf conta que a intenção é fazer no Brasil o maior centro de pesquisa fora da China, investindo forte no tema. Basear o grupo em Campinas faz parte dessa estratégia. Na cidade, há uma mão de obra qualificada que pode servir à empresa em várias áreas. "Nosso objetivo é estar daqui a dois ou três anos é investir 5% da nossa receita bruta em P&D. Será para desenvolver novos materiais, novos processos industriais e aplicações para painéis", comenta.
A BYD também pretende investir em equipamentos para geração distribuída. Ela quer fornecer para indústrias e comércios soluções aliadas as baterias solares que também serão produzidas no país. Mas esse direcionamento virá após 2017, quando a fabricante planeja já estar estabelecida na larga escala.