O presidente da Eletrobras é um grande entusiasta da mobilidade elétrica, que, segundo ele, será o “futuro inevitável” do transporte no mundo todo. Antes de assumir o cargo, em julho do ano passado, ele presidiu a CPFL Energia por 12 anos, período em que criou o Programa de Mobilidade Elétrica – Emotive. Mais tarde, a CPFL tornou-se uma das parceiras do Programa Veículo Elétrico, da Itaipu. “O Brasil tem um potencial muito grande pela frente e não há dúvidas de que este será o mercado do futuro”, completou Ferreira Júnior. “O que a gente pode fazer é compartilhar estes dez anos de pesquisa do Programa VE para ajudar a indústria a crescer e criar, por exemplo, um motor nacional, como a Itaipu já está fazendo com o Twizy”, destacou Ferreira.
Com os dois carros cedidos à Eletrobras, a Itaipu soma, atualmente, dez veículos elétricos entregues em regime de comodato a entidades como Copel, Exército, ONU Mulher, Universidade Federal de Santa Catarina e governo do Paraguai. Na frota própria, Itaipu mantém 100 veículos elétricos, de carros de passeio até avião.
Os modelos entregues à Eletrobras são veículos de passeio para uso urbano. O Renault Zoe tem autonomia de 100 km a 150 km, velocidade máxima de 150 km/h e consumo de 146 Wh/km (watt-hora por quilômetro). O Fluence tem autonomia de 90 km a 140 km, pode chegar a 135 km/h e consome 140 Wh/km. Ambos 100% elétricos e silenciosos, eles representam todas as vantagens econômicas e ambientais dos veículos elétricos.
Segundo levantamento do Programa VE, em dez anos os veículos elétricos de Itaipu rodaram 836 mil km e evitaram a emissão de 87 toneladas de CO2. Para neutralizar estas emissões seria necessário o plantio de 498 árvores. Ampliando o cálculo à frota brasileira, que roda em média 670 bilhões de km por ano, as emissões evitadas seriam de 69,7 milhões de toneladas de CO2, que, para serem neutralizadas, exigiriam 400 milhões de árvores plantadas.
Outro aspecto positivo é a eficiência energética, que é de 90% pra carro elétrico, contra 37% dos movidos a gasolina. O custo da energia é de 1/5 em comparação ao combustível. Na Itaipu, os dez anos do Programa VE resultaram em uma economia de R$ 240 mil – considerando que a própria empresa produz a energia que abastece os carros (se a energia fosse comprada, a economia seria de R$ 110 mil). Em todo o Brasil, a economia seria da ordem de R$ 100 bilhões ao ano.