A UTE Xavantes (GO, 53,7 MW) conseguiu reduzir os custos de operação e manutenção com a mudança de conceito. Com a alteração da configuração que utilizava 37 motores de 1,2 MW para 187 unidades de 325 kW, a companhia conseguiu a redução de paradas e aumentou a disponibilidade de geração de 65% à época da contratação emergencial pós racionamento para 90% desde 2009 após a participação no A-3 de 2005, iniciando sua operação em 2008. Desde então, a empresa investiu R$ 21 milhões na modernização de suas instalações e adequação da unidade.

Hoje a usina que fica nos arredores de Goiânia (GO) vem operando à capacidade máxima há cerca de dois anos em decorrência da crise hídrica. Na comparação com a usina que foi viabilizada após o racionamento de 2001, o consumo de combustível recuou de 275 litros por MWh gerado para 252 litros. Os custos de manutenção apresentaram um resultado melhor, recuaram 75% nessa mesma base de comparação.
Os motivos, cita o diretor de operações da usina, Rafael Takasugi, passa pela alteração da motorização da central. A mudança se deu por grupos geradores menores, mais modernos e eficientes. Com o aumento do número de máquinas foi possível mitigar o impacto que a parada de uma unidade de geração tem sobre o montante de energia gerada. Com isso, a disponibilidade para efeitos de despacho do ONS é de 100%.
Por serem equipamentos nacionais, explicou Brian Brewer, sócio da OnCorp, que é a holding proprietária da usina, os custos recuaram porque há disponibilidade de peças e não há efeito de câmbio sobre os preços. A agilidade em se ter os equipamentos de forma mais rápida na central é outra vantagem que elevou a disponibilidade e a consequente redução de custos.
Hoje, explicou Brewer, a geração da usina está em média até 4% acima da contratada junto ao ONS. Isso porque a otimização das máquinas e a presença de 12 grupos reserva ajuda a manter a operação da usina em operação mesmo em regime de base como acontece com o atual momento do setor. Esse volume, destacou ele, é remunerado via CVU da usina que é de quase R$ 1.168/MWh, o mais alto entre as térmicas do país por operar com óleo diesel. A central recebe entre nove e doze carretas de combustível diariamente.
Segundo a empresa, a usina Xavantes vem operando praticamente em carga máxima há dois anos. E Brewer diz que apesar das criticas ao modelo a usina vem mostrando que é fundamental para o setor elétrico nesse momento de escassez hídrica que o país está vivendo. “Somos uma usina para operar de forma emergencial, mas estamos provando que temos a nossa importância para o sistema”, comentou.
*O repórter viajou a convite da Scania