A Empresa de Pesquisa Energética deve encaminhar o Plano Decenal de Energia 2024 ao Ministério de Minas e Energia no final de julho ou início de agosto, segundo Mauricio Tolmasquim, presidente da EPE. Estudos preliminares apontam que a demanda máxima de gás em 2024 aumentará 47 milhões de metros cúbicos diários ante 2015, o que significa expansão de 47%. Passará dos atuais 100 milhões de m³/dia para uma demanda potencial de 147 milhões de m³/dia. O estudo ressalta também que a oferta potencial de gás crescerá 54 milhões de m³/dia, com aumento de 49% em relação a 2015. Com isso, a oferta avaliada atualmente em 110 milhões de m³/dia subirá para 164 milhões de m³/dia.

“O balanço do gás natural é favorável”, disse Tolmasquim. O excedente no início do período 2015/2024 é estimado em 10 milhões de m³/dia, alcançando 17 milhões de m³/dia no final do período. Esse excedente, entretanto, pode chegar a 33 milhões de m³/dia se os terminais de regaseificação de gás natural liquefeito (GNL) de Pernambuco e de Sergipe forem conectados à malha integrada, o que é esperado por volta de 2020.

Os dados preveem a inclusão também do terminal de regaseificação do porto de Rio Grande (RS), para atender às usinas térmicas, e de um gasoduto para comercializar o gás no mercado da região. “Eles estão propondo o gasoduto. Definido quem é o carregador, a gente faz o estudo para botar em licitação”, disse Tolmasquim. A entrada em funcionamento do terminal de Rio Grande é projetada para 2019.

Os três terminais novos, do Sul e do Nordeste, totalizam capacidade de 47,5 milhões de m³ de gás por dia, e são propostos por empreendedores privados. O presidente da EPE assegurou que não é impossível, no futuro, haver a construção de gasodutos também no Nordeste para integrar a malha de distribuição de gás, em paralelo aos terminais de regaseificação. A projeção para 2024 considera o gás do pré-sal, na parte doméstica, “e esses terminais dão uma oferta potencial de gás muito grande”, analisou Tolmasquim.

A EPE faz revisão ordinária do consumo e demanda de energia a cada quatro meses. Tolmasquim admitiu, porém, que se houver queda muito grande no consumo ou na demanda, diante do cenário econômico atual, os números poderão ser revistos antes do prazo previsto. “Mas hoje, a gente não está vendo isso”, destacou.

As informações são da Agência Brasil