A GE lançou nesta terça-feira, 9 de junho, no seu Centro Tecnológico na Ilha do Fundão, no Rio de Janeiro (RJ), para o mercado brasileiro, a linha de turbinas GE 7HA para termelétricas movidas a gás natural. Com potência entre 275 MW e 337 MW, as novas turbinas trazem um novo conceito de eficiência para a operação. Uma turbina 7HA acionada atinge a capacidade plena de geração em até 15 minutos. As turbinas em operação atualmente levam em média 12 horas. De acordo com Daniel Meiuk, gerente geral da Divisão Power Generation Products da GE para a América do Sul, a sinalização feita pelo governo de aumento da participação da fonte térmica na matriz pode render frutos para a empresa. "O cenário de energia no Brasil vem mudando rapidamente. Vemos isso como uma boa oportunidade", explica. Com um nível de confiança. Ela traz um uso mais eficiente do espaço na planta, do capital investido e do combustível.

O primeiro cliente no Brasil que vai adotar as turbinas é o Grupo Bolognesi, nas termelétricas Rio Grande (RS – 1.200 MW) e Novo Tempo (PE – 1.200 MW), que foram viabilizadas no leilão A-5 de 2014 e devem entrar em operação em 2018. A GE também faz parte do consórcio construtor das usinas, que também tem a Duro Felguera. No mundo, estão em negociações 53 unidades da nova linha HA. Nos Estados Unidos, foram 22 pedidos, Japão e Reino Unido, tem sete cada um e o Brasil vem com seis. A nova tecnologia pode reduzir as emissões de CO2 em mais de 40 milhões de toneladas, o que seria como retirar de circulação cerca de 8 milhões de carros.

Operando em ciclo combinado, uma usina com a turbina 7HA tem eficiência superior a 60% enquanto a média das outras térmicas fica em 40%. Uma planta de 1.000 MW que use o equipamento pode ter uma economia de US$ 5 milhões por ano na redução de combustíveis. Outro aspecto é que o resfriamento do equipamento é feito a ar, o que poupa água para o processo. Ainda em testes, a primeira usina com a turbina a entrar em operação comercial no mundo será em uma planta da EDF na França, no fim do primeiro trimestre de 2016. As turbinas também são oferecidas em sistema de 50Hz e 60Hz.

Segundo Meiuk, apesar da boa expectativa, o êxito de projetos térmicos nos próximos certames vai depender das regras que serão adotadas pelo governo federal. Para ele, a combinação alta eficiência e grande capacidade na relação dólar por quilowatt instalado será preponderante para vencer um leilão. "Queremos colocar a nossa tecnologia para todos os empreendedores que estiverem competindo nos leilões. Por isso temos falado com todos, o equipamento é um diferencial", revela.

O executivo acredita que as usinas flexíveis, movidas a diesel, serão naturalmente ao longo do tempo substituídas indiretamente por plantas a gás, uma vez que elas têm um custo muito alto. A flexibilidade da 7HA pode deixar usinas em vantagem no despacho. "Aos poucos vai haver esse processo e essas térmicas de alta eficiência vão ser muito competitivas na ordem de despacho do Operador Nacional do Sistema Elétrico", observa.

Atualmente, a GE tem a maior frota de turbinas para térmicas no Brasil, tendo mais de 4.500 turbinas a gás no mundo. Para Tom Dreisbach, gerente de produtos da GE que também apresentou a turbina, a próxima década será desafiadora para o atendimento da demanda global de energia. Segundo ele, haverá um desafio tecnológico para atender essa grande demanda que poderá chegar a 3.000 GW e vai consumir altos investimentos. Segundo Dreisbach, desde que a empresa começou a apresentar essas máquinas, quatro em cada cinco concorrências.