Para que os próximos leilões de energia sejam competitivos e a fonte eólica consiga ter uma boa performance e ser contratada em bom número, ela deve partir de um preço teto maior ou igual a R$ 200/MWh. De acordo com Edgard Corrochano, diretor geral da Gamesa no Brasil, esse preço conseguiria considerar a desvalorização da moeda e cobrir outras variações como a do risco Brasil e a taxa Selic. "Estamos trabalhando com ABEEólica, EPE e MME para que o teto do próximo leilão seja elevado", afirma o executivo, que participou da inauguração oficial da fábrica de naceles da empresa nessa segunda-feira, 8 de junho. 

Ainda de acordo com Corrochano, as condições de econômicas apresentadas aliadas a outros fatores, como a falta de linhas de conexão, fez com que o custo do financiamento aumentasse e apenas 90MW fossem contratados no último leilão que as eólicas participaram, o de fontes alternativas. "O preço-teto foi elevado, mas houve pouca participação", aponta. Ele também coloca a expansão da transmissão como outro ponto chave para êxito de projetos eólicos nos certames.

Para o executivo, o papel do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social como agente financiador continuará importante para o setor eólico. Na comparação com um banco comercial, mesmo com as mudanças que o ajuste fiscal do governo federal trouxe, um financiamento de um banco comercial ainda é muito mais elevado que o do BNDES. "Você vai para um leilão onde todos os geradores competem sob o mesmo PPA, se não tem o financiamento do BNDES, não está com uma vantagem igual", observa.

*O repórter viajou a convite da Gamesa