A ampliação da fábrica de naceles da Gamesa vai aumentar a produção da fabricante de aerogeradores de 400 MW para 640 MW. A fábrica, que fica localizada no Polo Industrial de Camaçari, na Bahia, teve investimentos de R$ 30 milhões. A inauguração oficial da fábrica foi realizada nesta segunda-feira, 8 de junho. A fábrica vai fazer com que a empresa, com cerca de 300 funcionários, chegue ao fim desse ano com 570 trabalhadores. De acordo com Ignacio Marin, CEO da Gamesa, a fábrica mostra o compromisso que a empresa tem com o país. "Queremos desenvolver toda a cadeia de fornecedores, o Brasil é um mercado prioritário para a Gamesa", afirma.
A fabricante de aerogeradores de origem espanhola hoje é a segunda no mercado, com cerca de 21,5% de participação. Presente em 52 países, ela começou a produção industrial no país em 2011, quando inaugurou a fábrica de hubs também em Camaçari. Ela já instalou mais de 1.000 MW no Brasil e tem outros 1.500 MW em encomendas para os próximos anos. As vendas do Brasil representam 22% do total comercializado. Desde que chegou ao Brasil, a Gamesa já investiu R$ 106 milhões.
A nova planta ficou pronta em setembro de 2014, quatro meses antes do previsto pelas regras do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social para o Finame para 2015. Em 2014 foram produzidas 37 naceles. A planta atualmente produz naceles para a turbina G-97, de 2 MW e a partir de janeiro de 2016 será produzido o modelo G-114, da plataforma 2.0-2.5 MW, que é capaz de reduzir em 10% o custo da energia relativamente ao modelo anterior. A Gamesa vai investir R$ 80 milhões ao longo de 2016 para atender contratos firmados em certames anteriores de entrega dessa máquina e para adequação as regras do BNDES.
A instalação da fábrica também reforça a atuação da empresa na Bahia. O estado, além de ser um dos líderes em contratação nos leilões do ambiente regulado, também possui um parque industrial eólico pujante com vários fabricantes. Para Edgard Corrochano, diretor geral da Gamesa no Brasil, o círculo se completa. "Quando se fala em energia eólica, não pode ficar fora do Brasil, não pode ficar fora do Nordeste e não pode ficar fora da Bahia", avisa. A demanda da fabricante para os anos de 2015, 2016 e parte de 2017 já está atendida.
A Gamesa também acenou com a implantação no Brasil de uma espécie de universidade corporativa, em que o foco estará direcionado aos trabalhadores, os fornecedores da empresa e aos clientes, de modo que em cursos regulares eles entendam todo os processos de produção, uso e dos equipamentos.
*O repórter viajou a convite da Gamesa