A Gamesa inaugura na próxima segunda-feira, 8 de junho, a sua linha de produção de naceles – compartimento que abriga todos os componentes essenciais para a produção da energia gerada pelos ventos: o gerador, a caixa de velocidades e o sistema de transmissão – no Polo Industrial de Camaçari, na Bahia. A nova linha de produção conclui a segunda etapa do projeto de implantação da companhia no estado. A primeira se deu com a inauguração, em 2011, da fábrica de motores, com capacidade para produzir 150 unidades por ano.
Uma das razões para a ampliação da planta industrial baiana é o contrato celebrado, no ano passado, com a Chesf e a Sequóia Energia para o fornecimento de 21 MW de turbinas eólicas G97-2.0 para os parques de Coqueirinho e Tamanduá Mirim 2, localizados no município de Pindaí, no Sudoeste baiano. As turbinas eólicas deverão ser instaladas no primeiro semestre de 2016.
Segundo o presidente da Gamesa Eólica, Edgard Corrochano, a empresa já investiu mais de R$ 150 milhões na Bahia e emprega diretamente 500 trabalhadores. “O objetivo é consolidar a cadeia produtiva de energia eólica no Estado", destaca. De acordo com o secretário de Desenvolvimento Econômico, Jorge Hereda, o Governo do Estado tem concentrado esforços para fortalecer cada vez mais a cadeia produtiva da energia eólica. “Não estamos desafiando a crise, mas comprovando que os bons ventos sopram na Bahia. Em maio tivemos a ampliação da Acciona, agora é a vez da Gamesa e no próximo dia 19 será a inauguração da planta de ácido acrílico e SAP da Basf", comenta.
A Bahia ocupa a liderança na cadeia produtiva de energia eólica, com potencial de geração de 195 mil MW, o dobro da capacidade instalada do Brasil. São mais de 4 GW contratados, distribuídos em 168 empreendimentos, em mais de 20 municípios e investimentos de R$ 16,2 bilhões. Atualmente, o Estado tem 37 projetos em operação, gerando um total de 959 MW. Contudo, a expectativa para 2015 é que o Estado supere a marca de 1 GW em operação. O vento será a maior fonte de eletricidade da matriz energética baiana até o ano de 2020, caso os projetos de energia eólica contratados se equiparem aos de hidrelétricas já em funcionamento.
Além da Gamesa, que inaugura sua segunda unidade, a Acciona também ampliou este ano. Além de produzir cubos eólicos, passou a produzir naceles em sua fábrica na cidade baiana de Simões Filho. A francesa Alstom mantém duas unidades na Bahia: uma em Camaçari, que produz aerogeradores, e a planta industrial da TEN, instalada em Jacobina, que produz torres de aço. Já a Torrebras, primeira fábrica de torres eólicas da Bahia, será ampliada, e vai aumentar sua capacidade de produção de 200 para 300 unidades/ano. Em Camaçari, a Tecsis está implantando uma unidade industrial para fabricação de pás e acessórios para geradores eólicos, com investimento total estimado em R$ 100 milhões e capacidade de produção de 4 mil pás/ano.