O Operador Nacional do Sistema Elétrico aposta nas medidas operativas vigentes e nas que estão sendo implementadas para segurar os reservatórios da Bacia do São Francisco. A principal preocupação é com a hidrelétrica de Sobradinho. O ONS quer manter no reservatório da usina 5,7% da capacidade pelo menos no fim de novembro. Para isso, a implantação da vazão de 900 m³/s no rio é imprescindível. A vazão de 1 mil m³/s passou a ser em tempo integral. A redução será em fases, com os 900 m³/s sendo adotado na semana de 10 de junho.
Com essas medidas, em conjunto, a defluência de 300 m³/s de Três Marias, o reservatório dessa usina deve chegar ao fim do período seco com 20% do valor útil. Mas o ONS alerta que, ao longo do ano, poderão ser necessários ajustes na descarga da hidrelétrica, de forma a alcançar uma distribuição uniforme dos armazenamentos nos reservatórios da bacia do São Francisco.
A preocupação do ONS com a região deve-se a sequência de resultados ruins na afluência da bacia. O ano de 2014 foi o pior do histórico de 84 anos, com afluência média de 45% da média de longo termo. O pior ano havia sido o de 2001, quando a afluência média chegou a 49% da MLT. Este ano, o primeiro quadrimestre também teve resultados ruins, com vazão em 39% da média histórica. No trecho incremental entre Três Marias e Sobradinho, as afluências chegaram a 37% da MLT, o que caracteriza o pior período janeiro-abril do histórico.
O ONS avalia que a adoção do conjunto de medidas de flexibilização das vazões mínimas evitou o esgotamento dos volumes úteis dos reservatórios de Sobradinho e Três Marias ainda em 2014. "Considerando-se o nível de armazenamento atual, observa-se um ganho acumulado de cerca de 29,1% do volume útil do reservatório de Sobradinho, em razão das medidas de redução das vazões defluentes desde 2013 até o presente", constata o ONS no Programa Mensal de Operação de junho.