As condições de financiamento que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social vai impor ao mercado serão determinantes para o êxito dos certames deste ano. De acordo com Mathias Becker, presidente da Renova Energia, os R$ 179/MWh do leilão de fontes alternativas não é adequado. Impactos com alavancagem e TJLP não foram contabilizados. "O valor não é suficiente, tanto que o LFA foi frustrado", explica. O leilão viabilizou apenas um projeto da Enel Green Power. Becker participou nesta quinta-feira, 28 de maio, do Encontro Nacional de Agentes do Setor Elétrico, no Rio de Janeiro (RJ).
Para Becker, os riscos no setor têm ficado cada vez mais altos. Ele quer que o setor repense as condições de riscos. A Renova ficou por quase dois anos com o parque eólico Alto Sertão I apto a operar, mas sem conseguir escoar a energia, porque a Chesf não implantou a linha de transmissão em tempo hábil. "É um bom momento para se refletir o risco. Se precificar o risco de transmissão, não rem retorno", avisa.
O financiamento também é apresentado como desafio para Max Xavier, presidente da Queiroz Galvão Energias Renováveis. Para ele, a presença dos bancos privados será importante e eles devem enxergar aspectos como segurança jurídica e previsibilidade. A lentidão da máquina pública também foi criticada por Xavier, que pede cumprimento de prazos. “O poder público deve entender que tem que tem um tempo para dar a resposta, ainda que ela seja negativa”, reclama. Ele vê com boas perspectivas os parques híbridos solares e eólicos.
Ele aponta também questões de licenciamento como obstáculos. Com o setor elétrico apresentando uma série de problemas, ele também acredita que surja algum tipo de aprendizado. Ainda assim, ele vê muitas oportunidades de negócios positivas no futuro do setor, como na geração distribuída. Nos impomos uma ineficiência gigantesca quando não usamos telhados para geração distribuída", aponta.