O presidente da Associação Brasileira de Geração de Energia Limpa, Charles Lenzi, pediu urgência para que o governo apresente uma solução para o problema do GSF. O executivo lembrou que geradores exclusivamente hidrelétricos, com é o caso dos investidores em pequenas centrais, estão em situação delicada devido aos altos custos financeiros causados pela perda de receita. “A gente precisa buscar uma solução para isso urgente”, disse Lenzi, durante participação na 12ª edição do Enase, no Rio de Janeiro, nesta quinta-feira, 28 de maio.
O presidente da Associação Brasileira das Empresas Geradoras de Energia, Flavio Neiva, disse que pretende discutir o tema no âmbito da audiência pública da Agência Nacional de Energia Elétrica. O executivo alertou para o alto risco de se inviabilizar projetos caso as regras atuais do GSF não sejam mudadas, com “possibilidade de reduzir o interesse de investidores em futuras hidrelétricas”.
João Carlos de Oliveira Mello, presidente da consultoria especializada Thymos Energia, sugere a criação de uma regra que limite o impacto do GSF para os geradores. Também destacou para a necessidade de se rever as regras do Mecanismo de Realocação de Energia. Para ele, existem fatores que levaram ao problema do GSF que estão fora da gestão dos empreendedores. "A questão do GSF necessita ser revisada para que realmente reflita apenas o risco hidrológico", disse. O secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia, Altino Ventura Filho, garantiu que o governo está “empenhado” em resolver o problema do GSF.
Para a Aneel, o prejuízo líquido dos geradores com o GSF é bem menor que o alegado e não é generalizado. O argumento da agência é que a maior parte dos prejuízos foi repassada aos consumidores, já que o GSF também impacta Itaipu e as usinas renovadas em regime de cotas. Em 2014, a exposição total do mercado em razão do GSF é calculada em R$ 18,5 bilhões, enquanto a Aneel afirma que o impacto real é de apenas R$ 800 milhões.