Levantamento da Empresa de Pesquisa Energética mostra que existem 71 projetos hidrelétricos com reservatórios que podem ser levados a licitação no futuro pelo governo. Essas usinas, localizadas nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul do país, somam 50,7 GW médios e fazem parte de um conjunto de projetos aprovados pela Agência Nacional de Energia Elétrica em diferentes fases de desenvolvimento: inventário, viabilidade técnica ou econômica, ou já em projeto básico. A intenção da EPE é retomar o debate sobre a construção de usinas com capacidade de regularização. O estudo foi apresentado em primeira mão nesta quarta-feira, 27 de maio, durante a 12º edição do Enase, que está sendo realizado no Rio de Janeiro.
"A gente viu com o problema hidrológico a falta que faz os reservatórios. Sem reservatórios você fica dependente da hidrologia", disse o presidente da EPE, Mauricio Tolmasquim, em entrevista a jornalistas. Das 71 usinas, a EPE selecionou 25 projetos com os maiores reservatórios, que totalizam 46,6 GW médios. Foram analisados os impactos socioambientais dessas usinas e classificados em quatro categorias. No grupo 1 estão os projetos com menor impacto e no grupo 4 as usinas que afetam terras indígenas e comunidades quilombolas. Segundo Tolmasquim, a intenção do estudo é facilitar o debate entre o setor elétrico e as áreas socioambientais.
"Se for só olhar a questão ambiental não faz nenhuma usina. Se for só olhar o lado energético faz todas. Certamente a gente deve achar um meio termo", disse o executivo. "É claro que ninguém acha que serão construídos todos esses reservatórios. Certamente nas áreas que têm impacto não deve ser construído." Tolmasquim explicou que os reservatórios têm um papel importante na matriz hidrelétrica brasileira, pois eles funcionam com "baterias", proporcionando a oportunidade de armazenar energia, o que dá mais segurança e controle para operar o sistema elétrico nacional.