Diante de um cenário de pessimismo em termos de fusões e aquisições no Brasil, o setor elétrico é o segmento da economia com maior nível de atividade. Essa é a conclusão a que chegou um estudo conduzido pela Intralinks. A pesquisa é mundial e contou com a participação de 63 profissionais do setor de M&A (sigla para fusões e aquisições, em inglês) que atuam no país sobre as expectativas positivas para os próximos seis meses.

De acordo com o diretor geral da Intralinks no Brasil, Cláudio Yamashita, um dos alavancadores desse movimento tem sido o avança das energias renováveis. Segmento que vem atraindo a atenção de bancos e fundos de investimentos ao país. Esse crescimento, diz ele, se dá em termos porcentuais uma vez que a base de comparação ainda é baixa e o volume de negócios e volume de projetos estão avançando. Mas, também há possibilidades em Distribuição, mesmo com os problemas que se tem visto nos últimos dois anos.
“Essas empresas tiveram um baque com a limitação de preços, mas as grandes companhias estão tendo que se adequar à lei anti corrupção que envolve a adoção de medidas de compliance e isso dá mais estabilidade e transparência o que é de certa forma atrativa aos investidores, que deixam de lado uma análise subjetiva sobre um negócio para algo mais objetivo”, avaliou o executivo. “A transparência ajuda a trazer mais conforto para os investidores, principalmente o estrangeiro ainda mais com o ceticismo que existe em relação ao governo”, acrescentou.
E levando em conta essa questão de agregar maior transparência aos processos é que entra em cena outra questão que cada vez mais toma corpo no segmento, que é a adoção de ferramentas de segurança de rede nas utilities para evitar ataques cibernéticos. Ainda mais no segmento tão regulado quanto é o elétrico, que têm processos estruturados de divulgações de informações, responsabilidades diante de uma grande gama da sociedade.
Além disso, lembrou ele cada vez mais a tecnologia é aplicada aos processos operacionais das companhias o que leva a uma maior dependência das redes para o fornecimento de energia. Além disso, exemplificou que cada vez mais o relacionamento com diversos agentes do setor vai para o mundo virtual já que as empresas precisam ser além de transparentes, mais eficientes. E, ainda mais no sentido operacional, adotar um nível de governança para evitar ataques de hackers é critico para a companhia uma vez que ter acesso a determinado tipo de informações pode influenciar não só a questão de relacionamento com os stakeholders, mas o valor de mercado da companhia como um todo.