A tarifa da AES Eletropaulo (SP) deverá permanecer como a 9ª mais baixa do país quando todo o quarto ciclo de revisão tarifária estiver concluído. De acordo com a proposta de reajuste que está em discussão, o valor da tarifa B1 de baixa tensão para residência, o valor deverá ficar em R$ 434,99/MWh se o efeito médio de 15,16% for aprovado pela agência reguladora. Esse nível de tarifa elevaria a distribuidora que atua na capital paulista e mais 23 municípios à 32ª mais cara entre as companhias do setor de distribuição no Brasil.
A estimativa de manutenção da posição da Eletropaulo foi feita pelo presidente da concessionária, Britaldo Soares, em sua apresentação na Audiência Pública presencial que trata do assunto, realizada nesta quinta-feira, 21 de maio, na sede da Fiesp. Ele defendeu que na revisão tarifária seja considerada a remuneração de ativos já depreciados. Isso porque a empresa possui uma grande parte de seus ativos em operação, nessa condição.
“Se não houver a remuneração sobre esses ativos é natural buscar a substituição desses equipamentos ao invés de investir na expansão. Então como são ativos em condições de atender adequadamente os consumidores seria interessante utilizar esses recursos para a expansão da rede”, justificou ele. A base de remuneração de ativos da empresa ainda está em análise na Aneel, mas Soares estimou que essa base de ativos depreciados se aproxima bastante da base de remuneração líquida de R$ 5,8 bilhões considerados no ciclo anterior. “Esperamos o reconhecimento integral”, afirmou Soares.
A empresa indicou que os investimentos estimados para o período compreendido no quarto ciclo (2015 a 2019) estão em R$ 2,839 bilhões. Desse montante, os principais destinos dos recursos são R$ 1,093 bilhão para expansão da rede da empresa; R$ 784 milhões em ramais, medidores e regularização de clientes; e outros R$ 251 milhões em sistemas operacionais e outros.
O indicador proposto no 4º ciclo de revisão tarifária para a AES Eletropaulo, explicou a Aneel em apresentação da AP, tem como maior impacto a questão dos componentes financeiros com 9,04% seguido de Encargos com 7,04% sobre a proposta de impacto de 15,16%. Esses itens fazem parte da Parcela A, onde estão os custos não gerenciáveis. A Parcela B, a que fica na concessionária, é responsável por 1,6% do aumento proposto resultado do aumento da taxa de remuneração do investimento, o WACC regulatório, para 8,09% conforme proposto pela agência reguladora para o período de quatro anos.