A Eneva reportou um prejuízo líquido de R$ 128,6 milhões no primeiro trimestre do ano, um aumento de 78,8% ante o resultado de janeiro a março de 2014. O resultado ebitda (antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 59,4 milhões. Excluindo os custos de indisponibilidade cobrados a maior, esse volume teria sido de R$ 77 milhões. Essa cobrança a mais, explicou a Eneva, ocorreu devido a mudança de regra regulatória e que está sendo questionada pela companhia.

A receita líquida da empresa encerrou o período em R$ 373,8 milhões, redução de 36,3% na comparação ante o mesmo período do ano passado. A companhia explica essa variação como o resultado da desconsolidação da UTE Pecém II em junho de 2014 e de uma receita variável mais baixa em Parnaíba I. Por sua vez, os custos operacionais recuaram 33,2%, para R$ 330 milhões. Apesar disso, a companhia destacou o aumento dos gastos com custos por indisponibilidade cobrados a maior pela CCEE. As despesas operacionais recuaram 29,3% com as iniciativas de redução de custos da holding, principalmente pelo corte de 20% no número de funcionários.
A disponibilidade de Itaqui ficou em 88% no primeiro trimestre do ano e a sua operação foi limitada a 340 MW em diversas ocasiões devido a falhas de sistemas periféricos, relatou a Eneva. Já na usina Parnaiba I essa disponibilidade ficou em 81% em função dos procedimentos de otimização de gás e também pela menor geração de Parnaíba II. Essa central, informou a Eneva, está operando com redução de energia para otimizar os recursos hídricos no local do complexo.
A dívida bruta da Eneva em março era de R$ 5,275 bilhões, volume 13,5% a menos quando comparada ao mesmo período do ano passado, resultado possível com a venda e consequente desconsolidação de Pecém II no balanço da companhia.
A venda de Pecem I à EDP pelo valor de R$ 300 milhões bem como o plano de recuperação judicial da empresa foram aprovados em assembleia geral de credores em abril. Os principais termos que foram destacados no release de resultados da empresa foram: o pagamento de R$ 250 mil para cada credor limitado ao seu crédito junto à Eneva; desconto de 20% do valor devido pela empresa para valores acima desse montante; capitalização de 40% do valor dos créditos maiores que os R$ 250 mil e renegociação do saldo restante que é de cerca de R$ 1 bilhão com taxa CDI +2,75% a.a. para dividas em real e Libor para a dívida em moeda estrangeira, sendo duração de 13 anos e carência de 4 anos.
O plano prevê ainda aumento de capital de R$ 3 bilhões com preço de emissão de R$ 0,15 por ação. E ainda passam pelo plano para a restruturação da empresa o acordo de distrato de fornecimento de energia para a MMX e um acordo com as fornecedoras de gás para as usinas do Complexo do Parnaíba. Ao mesmo tempo há a venda de Pecém II à sua controladora a alemã E.ON.