A Eletrobras vai repassar à BR Distribuidora cerca de R$ 23 milhões em recursos da Conta de Consumo de Combustíveis para pagamento da tancagem inicial de óleo das termelétricas Monte Cristo e Novo Paraíso, em Roraima. O pagamento direto ao fornecedor foi autorizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica, em razão das dificuldades da Eletrobras Distribuição Roraima em arcar com os custos iniciais do combustível das usinas. O ressarcimento por esse tipo de despesa é feito posteriormente pela CCC, pois a legislação que trata do reembolso da conta não permite a antecipação de recursos para a concessionária.
No pedido feito à Aneel, a Eletrobras Roraima alegou que o valor a ser pago é superior a sua arrecadação mensal, que fica em torno de R$ 16 milhões. A empresa solicitou também que o ressarcimento dos custos ao fundo gestor da CCC fosse realizado após a entrada da Linha de Transmissão Manaus- Boa Vista, que deve integrar a capital de Roraima ao Sistema Interligado Nacional em agosto de 2017. A Aneel decidiu, no entanto, que os valores liberados pela Eletrobras, gestora dos recursos da CCC, sejam descontados do total referente ao combustível, de forma proporcional à geração das usinas.
A instalação das UTEs Monte Cristo (97,19 MW) e Novo Paraíso (12,00 MW) foi a solução encontrada pela Ministerio de Minas e Energia para reforçar a capacidade de geração do sistema Roraima e evitar problemas com a eventual suspensão do suprimento de energia da Venezuela, que passa por uma crise energética. Essa importação é feita pela linha de transmissão de Guri.
Ao analisar o pleito da Eletrobras Roraima, a Aneel concluiu que cortes prolongados no suprimento de energia do país vizinho podem afetar de forma significativa o equilíbrio econômico e financeiro da distribuidora. Esse impacto no caixa seria sentido já no pagamento da primeira carga de combustivel para o início de operação das usinas. As termeletricas ainda precisam de autorização da agência reguladora para serem instaladas, e a interpretação da área tecnica da Aneel é de que teria de haver uma solução para o pagamento do combustível. Sem isso, em vez de reforçar o atendimento à população do estado, os novos empreendimentos colocariam em risco a segurança do abastecimento pela distribuidora.