Na próxima sexta-feira, 15 de maio, Ministério Público Estadual e EDP voltam a se reunir no Amapá para definir o valor a ser pago nas indenizações às famílias vítimas da inundação. Após a suspensão das obras da EDP – responsável pela construção da usina Cachoeira Caldeirão – a empresa se comprometeu em antecipar parte do valor indenizatório às vítimas da inundação que atingiu o município, no último dia 7.
As empresas Ferreira Gomes Energia, Coaracy Nunes e EDP (Cachoeira Caldeirão) foram notificadas à comparecer na reunião com a Secretaria de Estado de Relações Institucionais, Prefeitura de Ferreira Gomes, vereadores e representantes da sociedade para discutir questões relacionadas à indenização. Das três empresas, apenas a Coaracy Nunes não compareceu ao encontro.
Durante a reunião, a EDP, que teve suas obras embargadas pelo estado por um prazo de 10 dias, apresentou a proposta de pagar um valor único por família seguindo o cadastro feito pela Defesa Civil Estadual, que até o momento contabiliza 280 famílias. Ficou definido que será feita uma revisão cadastral das famílias vítimas, incluindo as ribeirinhas, para identificar as pessoas que realmente foram atingidas. Por meio de seu representante na reunião, a EDP informou que o pagamento será feito através de cheques nominais, mas que a apresentação do valor se dará somente após a finalização do cadastro da Defesa Civil. Também esteve presente o representante da Ferreira Gomes Energia, Nelson Gabriel Domingues, que informou que a empresa a princípio não deve antecipar indenizações.
O Instituto do Meio Ambiente e de Ordenamento Territorial, junto com a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e a Polícia Técnico-científica, está fazendo a releitura do processo de licenciamento ambiental das empresas. Os representantes das UHEs também estão sendo chamados para prestar esclarecimentos.
De acordo com o último boletim da Defesa Civil, foram cadastradas 280 famílias atingidas pelo sinistro. Ao todo continuam desabrigadas 151 pessoas. Na última quinta-feira, 7 de maio, o município de Ferreira Gomes sofreu uma inundação que atingiu aproximadamente 1.400 pessoas. O sinistro pode ter sido causado por uma manobra da empresa EDP que abriu uma ensecadeira para liberar o volume de água na construção da hidrelétrica.