Os funcionários do sistema Eletrobras entraram em greve por 72 horas nesta segunda-feira, 11 de maio. Os trabalhadores cobram o recebimento da Participação nos Lucros e Resultados relativa ao exercício de 2014. Segundo a Eletrobras, a adesão à greve está entre 40% a 90% dos colaboradores, variando de acordo com cada empresa que compõe o grupo. Todas as empresas controladas pela Eletrobras aderiram a greve, exceto a CELG-D, parte de Furnas e da Eletronuclear.

"A paralisação é pacífica e os entendimentos mantidos entre a Eletrobras e as entidades sindicais estão garantindo o funcionamento das atividades fins, em especial a geração e transmissão e distribuição de energia", disse em nota à imprensa.

Em 2014, a companhia registrou um prejuízo líquido de R$ 3 bilhões. Contudo, o Comando Nacional dos Eletricitários, núcleo que representa a categoria dentro da Federação Nacional dos Urbanitários, entende que a queda das receitas não é responsabilidade dos trabalhadores, uma vez que a maior parte dos indicadores de produtividade aumentou no período.

"Nosso resultado operacional foi muito bom. Não está dando lucro por causa dos impactos da MP579/2012", disse Fernando Pereira, secretário de Energia da FNU e coordenador do Comando Nacional. "Estamos negociando desde o ano passado com a Eletrobras. Tivemos seis rodadas e, infelizmente, até agora não temos uma proposta concreta de pagamento."

De acordo com Pereira, o grupo Eletrobras tem cerca de 22 mil trabalhadores distribuídos por 14 empresas. A greve está programada para encerrar na próxima quarta-feira, 13 de maio. Caso não aconteça nenhum avanço nas negociações, haverá uma nova paralisação no dia 1º de junho por tempo indeterminado. No último dia 30 de março, os funcionários já haviam cruzados os braços por 24 horas.

Pereira destacou que a greve não é contra a população. Equipes de emergência estão em alerta para atender a qualquer ocorrência de falta de energia. "Queremos que o governo reconheça aquilo que fizemos. Temos toda uma estrutura montada para que a população não seja afetada", disse Pereira.

A Eletrobras informou que está analisando o pedido dos grevistas junto ao acionista majoritário (governo). Na categoria, a PLR é distribuída de seguinte forma: 50% do total são distribuídos igualmente, e a outra metade proporcionalmente aos salários.