Os recursos que a Light obter com a venda das ações que possui na Renova deverão ser utilizados para ajudar no funding para a UHE Itaocara I (RJ, 150 MW) que a companhia arrematou em consórcio com a sua controladora Cemig, no leilão A-5 de 30 de abril. Na avaliação do presidente da concessionária fluminense, Paulo Pinto, o investimento gerou um bom retorno já que foram compradas em um momento em que valiam cerca de R$ 7,16 por ação, segundo o acordo de entrada da Light na Renova que somou cerca de R$ 360 milhões. Atualmente a companhia possui 15,9% da geradora.

A expectativa é de que os investimentos necessários na usina alcancem cerca de R$ 1 bilhão em sua totalidade. A parcela da Light é de R$ 510 milhões enquanto a Cemig tem a responsabilidade pelos R$ 490 milhões adicionais, valores proporcionais à participação das empresas na sociedade.
De acordo com a empresa, a estrutura de capital está equacionada em 30% de equity, e 70% será captado via dívida, sendo 40% via Banco de Desenvolvimento Econômico e Social e os demais 30% via debêntures. A central, disse a Light, negociou 89,2 MW médios ao preço de R$ 154,99/MWh (um centavo de deságio sobre o preço teto). O restante da garantia física, 4,2 MW médios serão negociados ao longo do tempo, já que os CCEARs fechados no A-5 valerão a partir de janeiro de 2020. A entrada em operação da usina está prevista para o segundo trimestre de 2018, nesse período a energia será vendida antecipadamente, ainda não foi definido de que forma essa energia será colocada no mercado.
Segundo o diretor de Energia da empresa, Luis Fernando Guimarães, o retorno estimado para a usina é de 10%. Esse índice foi alcançado pela combinação entre o mix de venda da energia, a perspectiva de antecipação da geração aos preços praticados no leilão A-5 e às negociações com empreiteiros e comunidade local.
Além disso, Cláudio Moraes, diretor de RI e de Novos Negócios, destacou ainda o fato de a Light estar com a concessão da usina a 10 anos, contando o prazo anterior à devolução do projeto à Aneel. E com destaque para a existência da licença de instalação da central. “Não temos risco de instalação”, disse Moraes. “Estamos seguros quando ao projeto, os contratos serão assinados e a comercialização da energia antes da entrada dos CCEARs é um upside grande e dependendo de quem comprará, podemos ter um preço atrativo”, afirmou o executivo.