O governo federal deverá apresentar uma proposta para mitigar o impacto do GSF às geradoras ainda em maio. Essa é a previsão do presidente da CPFL Energia, Wilson Ferreira Júnior, que evitou falar que tipo de solução poderá ser dada pelo poder executivo. Contudo, afirmou que essa sinalização é importante para o setor como um todo não apenas para as empresas que já operam no setor, mas também para continuar atraindo investimentos da iniciativa privada nos próximos leilões.

“Nossa expectativa é de que em maio tenhamos uma solução (…).O tema não é fundamental apenas para assegurar a garantia financeira das atuais geradoras, mas também para atrair investimentos nos próximos anos”, afirmou o executivo em teleconferência com analistas e investidores sobre o resultado da empresa no primeiro trimestre. “A fonte hidráulica é a nossa principal fonte e continuará sendo assim pelos próximos anos”, acrescentou ele ao justificar a necessidade de ajuda ao setor.
Ele já vem defendendo a ajuda do governo ao longo do ano e utiliza o argumento de que esse risco, diferentemente do que o poder executivo defendia no mandato anterior, não é do negócio. Até porque, lembrou Ferreira Júnior, as geradoras hidrelétricas não têm como se defender de um momento como o que o país vive, em função de ser o Operador Nacional do Sistema Elétrico, o responsável pelo despacho fora da ordem de mérito. Além disso, o país tem vivido uma alteração na composição de sua matriz com a inserção de mais termelétricas e outras fontes intermitentes como as eólicas.
O executivo destacou que o governo tem o interesse de manter a atração dos investimentos em geração de energia no país. Um dos sinais foi o preço dos últimos leilões, principalmente, o A-5 do final de abril, mais altos do que se tinha no passado e que permitiram a retomada dos investimentos em fontes que estavam à margem da expansão do setor, como as PCHs.
“Acredito que esta deverá ser a tendência para os próximos leilões [preço mais atrativo]”, disse ele. “O único elemento que ainda fica é o GSF, cuja solução está em curso”, acrescentou o presidente da CPFL Energia, que estima um índice de déficit de geração na casa de 16,5% no ano de 2015, mesmo com uma pequena evolução da hidrologia no último trimestre ante 2014. Para 2016 a estimativa da CPFL ainda está em 8%.