O diretor de Distribuição do Sistema Eletrobras, Marcos Aurélio Madureira, afirma que os planos de resultado das empresas federalizadas estão dentro das ações de planejamento da estatal. As ações, segundo Madureira, não estão necessariamente vinculadas a renovação das concessões, cujas regras devem ser publicadas em decreto presidencial. A recomendação da Aneel, frisa o diretor, é de que as empresas distantes da meta se adequem, o que está previsto até 2017. Além da Celg D, de Goiás, as outras distribuidoras federais – localizadas em Alagoas, Acre, Piauí, Rondonia, Roraima e Amazonas – têm planos semelhantes de melhoria da qualidade.

Entre elas, a Eletrobras Alagoas, que planeja investir cerca de R$ 200 milhões em expansão das redes, R$ 26 milhões em ampliação de equipes de atendimento, além de recursos resultantes de convênio com o Banco Mundial para modernização e automação. Diretor-presidente da distribuidora, Cícelo Vladimir de Abreu explica que o plano também envolve mudanças nos processos da empresa. Os investimentos principais estarão concentrados em 2016 e no primeiro semestre de 2017, e o alcance das metas deve acontecer no fim daquele ano. “Ainda falta muito para chegar ao patamar regulatório, porém, com uma operação de guerra, um esforço concentrado e a quebra de paradigmas, pode-se chegar a esse resultado”, afirma Abreu.

Na Eletrobras Acre, a conclusão do plano está prevista também para dezembro de 2017. Os recursos estimados para custeio e investimento devem chegar a R$ 310 milhões no período. Joaquim Rolim, diretor-presidente da empresa, cita a intensificação do programa de manutenção preventiva, principalmente a poda de árvores; novos investimentos em automação e ampliação da capacidade da rede de distribuição; compra de veiculos mais robustos e uso de tecnologia para comunicação com as equipes de campo; além de automação dos processos comerciais. Assim como as demais distribuidoras do grupo estatal, a Eletrobras-AC será beneficiada com a implantação de um centro de medição avançada em Brasília.

Na Eletrobras Piauí, o plano prevê a aplicação de R$ 225 milhões na área de qualidade do serviço e R$ 161 milhões em atendimento, relacionamento com o cliente, faturamento e redução de perdas até o fim de 2017. Outras ações fora do plano de resultados totalizam R$ 125 milhões. O diretor-presidente da empresa, Marcelino da Cunha Machado, diz que os maiores problemas estão relacionados à qualidade no atendimento, intimamente ligada à qualidade da própria rede de distribuição. O grande desafio, segundo ele, é como captar recursos, em um momento de indefinição em relação à renovação dos contratos de concessão. Parte dos investimentos virão de recursos próprios, parte são recursos do Banco Mundial, mas existe um parcela de 40% que terá de ser captada.

O diretor-presidente da Eletrobras Rondônia, Luiz Marcelo Reis de Carvalho, destaca no plano da empresa as ações de operação e manutenção, com foco em 13 dos 26 conjuntos de consumidores que ultrapassaram os indicadores DEC e FEC no ano passado. O programa inclui ainda construção de linhas e de subestações; automação de processos; desativação de usinas termelétricas (apenas 13 das 26 em operação serão conectadas ao Sistema Interligado); modernização das redes de média e baixa tensão e recadastramento de clientes.

Na Companhia Energética do Amapá, que está em regime de gestão compartilhada para futura federalização, estão previstos investimentos de R$ 130 milhões em dois anos para melhoria dos indicadores de qualidade; modernização de subestações de distribuição e de instalações de subtransmissão em 69 kV. “Vamos ter que trabalhar em melhorias no sistema de atendimento comercial, comunicação com os consumidores e equipes em todas as localidades”, afirma o diretor presidente da distribuidora,Ângelo do Carmo. Ele diz que a CEA esteve fora do setor por cerca de 20 anos, por operar com sistemas isolados, e foi politizada ao longo do tempo. Seus indicadores estão distantes das metas da Aneel, o que vai exigir um trabalho árduo nos próximos dois anos.