A EDP Energias do Brasil não tem interesse na aquisição das distribuidoras da Eletrobras pelo menos nesse primeiro momento, disse quinta-feira, 7 de maio, o diretor presidente e de relações com investidores da companhia, Miguel Setas, em teleconferência com analistas de mercado. “Estamos implantando três usinas hidrelétricas, e estamos com a aquisição de uma termelétrica em curso. Entendemos que esses são os focos de investimento no momento”, afirmou. Para o futuro, o objetivo da EDP é obter uma evolução orgânica do negócio na distribuição. A Eletrobras iniciou o processo de estatização das distribuidoras. A primeira será a Celg, na qual a estatal possui 51% de participação.
Ainda de acordo com o executivo, a companhia está prestes a concluir a aquisição da participação da Eneva na UTE Pecém I (720 MW), restando apenas o aval do juiz que acompanha o processo de recuperação judicial da ex-MPX. “A compra tem como condição precedente a aprovação do plano de recuperação judicial da Eneva pelos credores, o que aconteceu na assembleia geral do dia 30 de abril, e a homologação pelo juiz da recuperação judicial. Dado essa aprovação, estaríamos com o conjunto das condições concluídas. ”
Setas voltou a falar do contexto desafiador em que se encontra o Brasil do ponto de vista hidrológico, que coloca pressão na margem das geradoras hidrelétricas. Esse cenário acabou por reduzir as expectativas inicias da EDP no negócio de geração. “O impacto na margem das geradoras hidrelétricas [no primeiro trimestre] foi compensado pela recomposição tarifa do segmento de distribuição”, explicou. A EDP obteve um lucro líquido de R$ 83,599 milhões no primeiro trimestre de 2015, um volume 16,1% menor do que o registrado no mesmo período do ano anterior.
O executivo também destacou o desafio que será construir São Manoel (MT-700 MW). Segundo Setas, 2 mil pessoas estão trabalhando na obra, que deve atingir 4,3 mil colaboradores no pico dos trabalhos. O desvio do rio já foi concluído nessa primeira fase. Estão em andamento a escavação do vertedouro e casa de força, a concretagem da tomada da água, além da finalização dos canteiros de obras. Programas ambientais também estão em franca implementação.
“A usina se encontra dentro do prazo, entro do orçamento, o empreiteiro encontra-se mobilizado e já com a aquisição de todos os equipamentos necessários para a implantação do empreendimento”, garantiu. “Temos consciência que este é um projeto mais desafiado que os dois anteriores. E estamos nos dedicando a esta usina um tempo importante da gestão da companhia para garantir que ela ocorra na melhor condição possível."