A EDP obteve um lucro líquido de R$ 83,599 milhões no primeiro trimestre de 2015, um volume 16,1% menor do que o registrado no mesmo período do ano anterior. O resultado Ebitda (antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ficou em linha com o apurado no ano passado, em R$ 408,6 milhões. O destaque nessa linha ficou com distribuição que apresentou aumento de 61,6%. Em geração, o ebitda recuou 26,2% e em comercialização 43,4%, decorrente do impacto do GSF.
A receita operacional líquida da EDP recuou 0,5% na comparação com os três primeiros meses do ano passado, com R$ 2,090 bilhões. O segmento de distribuição ainda é o maior negócio da empresa por aqui com representatividade de 62% desse total e apresentou um aumento de 17% nesse período. A comercialização respondeu por 22% dessa apuração após a queda de 27% ante o primeiro trimestre de 2014. O segmento de geração representou 16% da receita operacional líquida da empresa, recuou 7% ante o inicio do ano passado.
O destaque ficou com a receita no mercado cativo, que avançou 47,5% em relação ao primeiro trimestre de 2014. A EDP explicou que esse comportamento deveu-se aos reajustes tarifários anuais de suas distribuidoras, à RTE de março e a aplicação da bandeira tarifária. Já as deduções à receita operacional, que inclui os encargos e impostos recolhidos pela empresa, aumentaram 71,1%. A maior variação ficou com a CDE que passou de R$ 20,4 milhões para R$ 167,068 milhões, um aumento de 719% no período.
Os gastos gerenciáveis aumentaram 4,6%, apesar dessa elevação a empresa destacou que esse patamar é cerca de metade do índice de inflação oficial, o IPCA. Por sua vez, os gastos não gerenciáveis recuaram 2,9% ante o registrado no primeiro trimestre de 2014. A energia comprada para revenda recuou 4% passando de R$ 1,361 bilhão para R$ 1,306 bilhão.
Essa queda de gastos, mesmo com o aumento de 46,14% na energia de Itaipu é explicada pela empresa como o resultado de menor exposição involuntária nos três primeiros meses do ano, sendo que a Bandeirante estava com 107,4% da demanda contratada e a Escelsa com 93,7%. Esse fator veio associado ao PLD mais baixo deste ano. Houve ainda o aporte da conta-ACR das liquidações de novembro e dezembro de 2014 que ocorreram este ano. E ainda, o aporte das bandeiras tarifárias. Esses dois últimos eventos, relembrou a EDP, possuem efeito nulo sobre o Ebitda por se tratarem de recursos que são repassados aos geradores.
No segmento de geração o GSF teve um impacto de R$ 181 milhões para a EDP, o índice médio do trimestre ficou em 79,3%. O impacto, relatou a empresa, foi mitigado parcialmente por um hedge com a compra de energia no período que somou R$ 15 milhões. A divida liquida da empresa ficou em R$ 2,345 bilhões, uma redução de 7,3% em relação ao que existia em dezembro de 2014. Essa melhoria, explicou a EDP deve-se ao aumento das disponibilidades da empresa em R$ 937 milhões, um aumento de 113% quando comparado ao final de 2014. A dívida bruta da empresa está em R$ 4,11 bilhões.
Entre os destaques do trimestre a EDP ressaltou que as obras da UHE Cachoeira Caldeirão alcançaram 80% de evolução e a de São Manoel está em 8,5%.A disponibilidade da UTE Pecém I alcançou 96,2%. A capacidade de geração da empresa ficou estável em 2,4 GW e 1,5 GW de garantia física.