O governo praticamente descartou nesta quinta-feira, 30 de abril, a realização de um segundo leilão de energia nova A-5 para este ano. Segundo o presidente da Empresa de Pesquisa Energética, Maurício Tolmasquim, a demanda das distribuidoras para 2020 foi praticamente toda atendida. Com isso, o governo poderá avaliar a realização de um novo leilão de energia para abrigar usinas térmicas que não conseguiram se inscrever para este certame.
De acordo com Tolmasquim, ainda não há nenhuma medida em perspectiva para atender a demanda feita pelo setor térmico. Segundo ele, houve a demanda de uma série de investidores que afirmaram não conseguir toda a documentação a tempo de entrar no A-5 e por essa razão estavam pleiteando um novo certame dessa modalidade.
“A realidade é que temos uma série de demanda de investidores em térmicas que não puderam se inscrever e pleitearam a realização de A-5. Ainda vamos analisar se tem alguma maneira de ter um outro leilão que não seja A-5 já que a demanda está praticamente atendida e assim aproveitar essa intenção de investimentos e projetos e aproveitar essa oferta potencial”, afirmou ele, após a entrevista coletiva concedida para avaliar o leilão realizado na sede da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica.
Com esse leilão, disse o presidente da EPE, o país conseguiu uma contratação que traz mais segurança de fornecimento, uma vez que a maior parte da demanda declarada das distribuidoras, 82% considerando os projetos a biomassa, serão atendidos por térmicas.
No leilão A-5 desta quinta, o país terá mais um novo terminal de regaseificação. O ativo será construído para atender a UTE Porto de Sergipe I, importará GNL, assim como fez o Grupo Bolognesi no certame do final do ano passado. Com mais esse novo terminal, destacou o diretor da Aneel, André Pepitone da Nóbrega, o país contará com seis terminais dessa modalidade: além dos já construídos pela Petrobras na Bahia, Rio de Janeiro e Ceará. Serão mais um em Pernambuco, outro no Rio Grande do Sul – ambos pela Bolognesi -, além do recém licitado pela agência reguladora em Sergipe.
Apesar da viabilização de uma UTE, seis outras usinas não fecharam acordos no A-5 dessa quinta-feira. Todos eles, segundo Tolmasquim, utilizariam GNL importado que seria regaseificado por terminais próprios ou utilizando a estrutura da Petrobras já existente, mas que por algum motivo não conseguiram viabilizar a usina. A fonte térmica a gás natural ficou em R$ 279/MWh se colocando com o preço marginal do certame. Apesar desse fato, o executivo da EPE ressaltou que a habilitação desses projetos traz otimismo porque são projetos prontos e que já estão praticamente equacionados.