Em decorrência das notícias de supostas irregularidades no processo de licitação da eletromecânica da usina nuclear de Angra 3, o diretor-presidente da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro da Silva, pediu licença do cargo na última quarta-feira, 29 de abril. Ele justificou que seu afastamento garantirá independência e transparência dos trabalhos de investigação a serem realizados e se colocou à disposição para prestar esclarecimentos. O nome de Silva foi citado no âmbito da operação "Lava Jato", que investiga irregularidades na Petrobras. A acusação é de que na época da licitação foram feitas negociações para pagamento de supostas propinas ao executivo da estatal. O diretor de Operações, Pedro José Diniz Figueiredo, assumirá o cargo de diretor-presidente interinamente.
A Eletronuclear também anunciou que vai contratar uma empresa especializada para realizar uma investigação interna da companhia, "visando garantir a transparência e independência dos trabalhos, sob o ponto de vista da legislação brasileira e norte-americana".
Em março, a empresa havia anunciado a criação de uma comissão interna, no âmbito do Programa de Compliance, para fiscalizar a contratação de construtoras para a obra de Angra 3. "A companhia manterá o mercado informado acerca do andamento dos assuntos tratados, reforçando junto a seus investidores o compromisso com a transparência e ética no tratamento de seus negócios", escreveu em comunicado.