O estado de Minas Gerais prepara um leilão regional de energia solar para o mês de agosto. A ideia é que nesse certame sejam comercializados 200 MWp e atraídos investimentos de até R$ 1 bilhão. O certame vai ter a figura do gerador e do comprador de energia. A contrapartida exigida pelo governo do estado é que além da isenção do ICMS, as placas que vão gerar essa energia deverão ser fabricadas no estado. De acordo com o secretário de desenvolvimento econômico do estado, Altamir Rôso, os parques devem entrar em operação no final de 2017. "O estado está chamando o investidor para que ele venha e invista na geração de energia. Haverá a empresa ganhadora que estará gerando a energia e a que estará comprando essa energia", explica. Em dezembro de 2013, o estado de Pernambuco realizou o primeiro leilão regional solar, que comercializou 122 MWp por um preço de R$ 228,63.

O edital do leilão está em fase final de elaboração. O preço-teto do leilão ainda está sendo cuidadosamente calculado pela secretaria, de modo que ele fique tão competitivo quanto o de um leilão do ambiente regulado. O de Pernambuco tinha preço-teto de R$ 250/MWh e o leilão de reserva de 2014 teve preço de R$ 262/ MWh. O comprador da energia deve ser um grande consumidor de energia. Mas até mesmo a Cemig, distribuidora de energia do estado, poderá participar comprando a energia para jogar na sua cesta de produtos. Rôso conta que também está em estudo que o montante de 200 MWp possa ser desenvolvido por mais de um empreendedor.

Ainda de acordo com o secretário, o leilão já atrai o interesse de empresas, que manifestaram intenção de participar, fazendo com se abra o mercado e a criação de empregos no estado. Os índices de incidência solar no estado também facilitam a viabilização de projetos. “Temos um consumo bem definido e a possibilidade de geração dessa energia. Isso dá a possibilidade de viabilizar esse leilão e abrir o mercado para várias empresas", avisa Rôso.

A malha de transmissão da Cemig GT será a responsável por escoar essa energia gerada pelo parque solar. A capilaridade na transmissão da estatal mineira é um dos fatores que tornam o êxito do certame na opinião de Rôso. "Uma empresa pode gerar a energia em uma região e a compradora receber em outra", aponta.

O atlas solarimétrico do estado, lançado em 2013, vai guiar as decisões dos empreendedores. A região Norte se mostrou bastante propícia para projetos, bem como o Triângulo Mineiro. Querendo desenvolver mais projetos na área de energia, o secretário vislumbra outras iniciativas para outras fontes. "Toda geração que seja em substituição a do petróleo, entendemos que é positiva e vai ter apoio da secretaria", conclui.