Os operários da hidrelétrica de Jirau rejeitaram a proposta de reajuste salarial de 8,8% apresentada pelo Sindicado dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil do Estado de Rondônia (Sticcero/RO). Na última segunda-feira, 27 de abril, o sindicado realizou assembleias nos canteiros de obras das usinas do rio Madeira, mas apenas os trabalhadores de Santo Antônio aceitaram o acordo, que também prevê o reajuste da cesta básica de R$ 400,00 para R$ 450,00. 

"Os trabalhadores em Jirau não aceitaram a proposta e entraram em greve", informou o presidente do Sticcero, Raimundo Soares, em entrevista à Agência CanalEnergia. Soares não soube precisar quantos funcionários se recusaram a trabalhar. Informou apenas que cerca de 10 mil colaboradores trabalham na obra em Rondônia. A assessoria de comunicação da Energia Sustentável do Brasil confirmou a paralisação, sem dar muitos detalhes sobre a situação no canteiro de obras. Segundo o presidente do sindicato, apenas os serviços essenciais continuam funcionando. 

Na semana passada, os trabalhadores em Santo Antônio cruzaram os braços por dois dias. Eles recusaram a proposta da empresa responsável pela obra de um reajuste escalonado, com aumento de 7,5% para os colaboradores com salário de até R$ 2.890,00 e cesta básica de R$ 420,00 e, para quem recebe mais de R$ 2.890, aumento de 7% e cesta de R$ 315,00. A Justiça do Trabalho, entretanto, determinou na última quinta-feira, 23 de abril, o retorno imediato ao trabalho dos operários da hidrelétrica Santo Antônio e estipulou multa diária de R$ 50 mil ao sindicato em caso de descumprimento da medida. Os trabalhadores retornaram na última sexta-feira, 24 de abril.

Após uma nova rodada de negociações no sábado, 25 de abril, o sindicato conseguiu chegar a proposta de reajuste de 8,8% e cesta básica de R$ 450. Embora menor do que o desejado pelo sindicado, de reajuste de 10%. O sindicato aguarda a notificação do Tribunal Regional do Trabalho sobre  a situação em Jirau. "Acredito que com a aprovação em Santo Antônio, a Justiça determinará que os trabalhadores em Jirau aceitem a mesma proposta e voltem a trabalhar", declarou Soares.