A Petrobras divulgou o resultado financeiro de 2014 com prejuízo de R$ 21,6 bilhões, revertendo o lucro líquido de R$ 23,570 bilhões. A performance da empresa foi afetada pela contabilização da perda por desvalorização de ativos, de R$ 44,6 bilhões, e da baixa de gastos adicionais capitalizados indevidamente no âmbito da Operação Lava Jato, de R$ 6,2 bilhões. A empresa fez ainda provisionamento de perdas com recebíveis do setor elétrico com R$ 4,5 bilhões. Além disso, a empresa provisionou R$ 2,4 bilhões referentes ao Programa de Incentivo ao Desligamento Voluntário.

A empresa reviu os resultados do 3º trimestre, que havia divulgado de forma não auditada em janeiro passado. Agora, com a auditoria da PwC, a Petrobras teve um prejuízo de R$ 5,3 bilhões, contra um lucro divulgado anteriormente de R$ 3,1 bilhões. A diferença reflete a baixa de gastos relacionados à Lava Jato e além de um complemento de provisão para perdas com recebíveis do setor elétrico de R$ 1,6 bilhão.

No quarto trimestre, a empresa teve prejuízo de R$ 26,6 bilhões como consequência da perda por desvalorização de ativos. Essas perdas estão centradas na área de refino. Esses valores foram achados por impairment, ou seja, testes de recuperabilidade para determinados ativos. Os testes foram impactados pelo postergamento da conclusão de investimentos previstos no plano de negócio da empresa.

No ano, o ebtida ajustado da empresa ficou em R$ 56,1 bilhões, sendo 6% inferior ao de 2013. O lucro bruto de 2014 cresceu 15% alcançando R$ 80,4 bilhões, refletindo o aumento da demanda e maiores preços de venda de derivados no mercado interno com os reajustes no diesel e na gasolina. Os maiores preços de energia e gás natural também contribuíram para a elevação do lucro bruto.

O resultado financeiro líquido foi negativo em R$ 3,9 bilhões, apresentando melhora de R$ 2,3 bilhões em relação ao de 2013. O endividamento líquido cresceu 27% para R$ 282 bilhões. Os investimentos totais recuaram 17% para R$ 87,141 bilhões.

A área de gás e energia registrou prejuízo de R$ 936 milhões no ano passado, revertendo o lucro de R$ 1,256 bilhão de 2013. Segundo a Petrobras, o prejuízo decorreu dos maiores custos com importação de GNL e de gás natural para atender a demanda do setor termelétrico, do reconhecimento do acordo referente à execução do contrato de importação de gás natural boliviano, bem como da provisão para perdas com recebíveis do setor elétrico, da baixa de gastos adicionais capitalizados indevidamente e do provisionamento do programa de desligamento. Estes fatores foram compensados parcialmente pelos maiores preços médios de energia elétrica, em função do menor nível dos reservatórios e consequente elevação do PLD, e do ganho obtido com a venda da participação total na empresa Brasil PCH (R$ 646 milhões).