O Grupo Energisa entrou no setor de transmissão de energia elétrica do país ao arrematar, sozinho, dois lotes em leilão realizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica. O Grupo levou o lote 3, em Goiás, por R$ 36,7 milhões de receita anual permitida frente ao valor máximo estabelecido pela agência, de R$ 58,8 milhões, e o lote 26, no Pará, arrematado por R$ 46,3 milhões, ante o valor máximo inicial de R$ 65,7 milhões. Os dois empreendimentos terão sinergias com regiões de atuação da Energisa no Norte e Centro-Oeste do país. O investimento total previsto pela Aneel nos lotes arrematados será de, aproximadamente, R$ 625 milhões, valores que ainda poderão ser otimizados pela Energisa.

De acordo com Ricardo Botelho, presidente do Grupo, o resultado permitirá a diversificação de riscos no seu portfólio, consolidando o modelo de negócios da companhia com investimentos que proporcionem sinergias entre seus ativos. Além disso, a entrada em um novo segmento do setor está em linha com a estratégia de crescimento. Segundo ele, há a convicção de que o sucesso demonstrado em processos de transformação de distribuidoras, associado com a experiência na construção de projetos relevantes no setor elétrico, será determinante para execução e operação dos empreendimentos.

O lote 3 é composto por instalações que ficam no estado de Goiás, incluindo a linha de transmissão de 230 kV Rio Verde Norte – Jataí e a subestação Rio Verde Norte. Os investimentos previstos pela Aneel somam R$ 295,3 milhões, e o prazo para a realização das obras é de 48 meses. A entrada em operação comercial está prevista para agosto de 2021. A obra trará ainda benefícios para os sistemas da Energisa Mato Grosso do Sul e da Energisa Mato Grosso.  Já o lote 26, que fica na divisa do Mato Grosso e Tocantins, consiste em Linhas de Transmissão 230 kV Xinguara II – Santana do Araguaia e a subestação Santana do Araguaia, com extensão total de 592 quilômetros. Com investimentos previstos de R$ 329,8 milhões, a entrada em operação comercial desta linha está prevista para fevereiro de 2022.

Para este leilão, a companhia firmou pré-contratos de EPCs em modalidade “turn key” e em condições adequadas a empreendimentos desta natureza.  A Energisa vem analisando o mercado de transmissão de energia desde o ano passado e realizou profundos estudos de viabilidade técnica e financeira antes de tomar a decisão de entrar no certame, a fim de garantir a sustentabilidade do negócio. Para Botelho, o segmento apresenta perspectivas favoráveis de crescimento. Ele vê uma demanda reprimida em transmissão que traz grandes oportunidades. Ainda segundo ele, a atividade está em linha com a estratégia de negócio tanto pela previsibilidade de resultados e estabilidade que oferece quanto pelos benefícios para as nossas áreas de concessão de distribuição, que crescem com taxas acima da média do país.