Na manhã da última quarta-feira, 26 de abril, técnicos da Cemig vistoriaram os equipamentos de clientes residenciais e comerciais de Belo Horizonte, Ituiutaba, Uberaba, Juiz de Fora, Patrocínio, Ipatinga, Pouso Alegre, Itajubá, Divinópolis e Varginha. O objetivo da ação é identificar possíveis fraudes em ligações elétricas, popularmente conhecidas como “gatos”. A ideia é reunir, a cada 15 dias, um mutirão de fiscalização a fim de minimizar o prejuízo de cerca de R$ 300 milhões anuais com fuga de energia. Nesta semana, a companhia deve realizar 650 inspeções em medidores de consumo e 5 mil cortes por inadimplência. O retorno financeiro esperado pela empresa com a ação é de R$ 10 milhões.

Caso seja confirmado a irregularidade, o titular da unidade consumidora pode responder criminalmente, já que a intervenção é crime previsto no artigo 155 do Código Penal e prevê multas e pena de um a oito anos de reclusão, além da obrigação de ressarcimento de toda a energia furtada e não faturada em até 36 meses, de forma retroativa. 
 
Ainda que muitos casos ocorram em áreas de vulnerabilidade social, de acordo com a experiência do gerente de Gestão e Controle da Medição e das Perdas da Cemig, Marco Antônio de Almeida, é um engano pensar que essas irregularidades são restritas aos consumidores de baixa renda: “A prática permeia todas as classes sociais. É uma questão de cultura e estamos tentando combater isso. O prejuízo é rateado entre a Cemig Distribuição e todos os consumidores adimplentes, diminuindo os ganhos da distribuidora e encarecendo a tarifa para aqueles que usam a energia de maneira honesta”, afirma.
 
Ainda segundo o gerente, a tarifa dos consumidores mineiros poderia ser até 5% mais barata se não houvesse a clandestinidade na área de concessão da empresa. Por isso se faz necessário o investimento nessas operações, como por exemplo um centro de inteligência integrado que acompanha o consumo em tempo real de todos os seus clientes.