Estudo feito pelo Sindicato das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo mostra que o gás de botijão de 13kg, o GLP aparece como o insumo mais barato para aquecimento de água para banho, superando a energia elétrica e o gás natural. Na comparação do banho de 60 litros de água e 10 minutos com a energia elétrica, o banho aquecido pelo GLP sai 64,2% mais barato que o promovido por energia vida da área de concessão da Light. Em São Paulo, o aquecimento da água por energia é 34,7% mais cara que o feito por GLP na área de concessão da AES Eletropaulo. No Rio de Janeiro, foi usada uma tarifa de referência da Light de R$ 0,74 por banho e um preço de referência para o GLP de R$ 0,45 por banho. Em São Paulo, a tarifa da AES Eletropaulo é e R$ 0,83 por banho e o preço do GLP é de R$ 0,62 por banho.
De acordo com o presidente do Sindigás, Sergio Bandeira de Mello, é feito um acompanhamento periódico com base no monitoramento de preços de botijão que é publicado pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, abrangendo 500 municípios. Na comparação com o gás natural, o aquecimento via botijão de gás leva vantagem, ficando em São Paulo 23% mais barato, tendo como referência a tarifa da Comgás de R$ 67,71 para o botijão de 13kg equivalente e de R$ 55,04 para o botijão 13 kg. No Rio, a variação chega a 67,4%, tomando a tarifa da CEG de R$ 90,23 para o botijão de 13kg equivalente e a de R$ 53,91 para o botijão de 13kg como base.
A intenção do sindicato com o estudo é desmistificar a ideia que o GLP está restrito a ficar nas cozinhas brasileiras, quando ele pode ir além. Como tem seu preço bastante acompanhado, dá um poder de barganha forte ao consumidor. Outro conceito que ele pretende derrubar é que o Gás Natural é mais barato que o GLP. "Há uma série de aquecedores de gás que operam com botijão de 13 kg. Na verdade, ele pode ser usado em uma série de outros equipamentos que não tenham um consumo altíssimo", explica Bandeira de Mello. Segundo ele, a competitividade do Gás Natural fica evidenciada para os grandes consumidores, enquanto o GLP fica forte entre os que têm consumo mais baixo, como residências, hotéis ou lavanderias.
O presidente do Sindigás alerta que os consumidores ainda não têm a percepção que o GLP pode ser usado no lugar da energia elétrica para aquecimento de água. Para ele, é muito difícil a troca da eletricidade por outra fonte de energia. A imagem das grandes hidrelétricas dá a impressão da fartura de energia barata. "Nós ainda somos viciados que energia elétrica é abundante. Hoje energia é extremamente cara para o brasileiro é não mais abundante", avisa. Ele acredita que um trabalho de divulgação, que passe pelas escolas de engenharia e arquitetura, que viabilizariam uma mudança de comportamento.
Um outro estudo feito pela Universidade de São Paulo mostra que a construção de uma casa moldada para o GLP seria mais barata que uma moldada para o uso do chuveiro elétrico. "Existe uma crença que o chuveiro elétrico é barato. Mas ele precisa de itens como o tubo e disjuntor. Já o aquecedor fica na área de serviço que é perto do fogão. Fazer o desvio custa muito pouco", esclarece.
O recente aumento no preço do GLP efetuado pela Petrobras em março não preocupa Bandeira de Mello. Classificando-as como naturais, ele almeja um mercado em que as variações usuais de preço não chamem atenção. "Os anúncios afetam o preço do produto final, mas a grande mensagem é que a gente continua extremamente competitivo", conclui.