A AES Eletropaulo reduziu seu nível de sobrecontratação para 2017 e 2018, mas afirma que continuará defendendo que a declaração de contratação do A-1 de 2015 e a migração de consumidores do ACR para o ACL deverá ser considerada exposição involuntária e passível de entrar na próxima revisão tarifária. Os níveis projetados de excedente de contratos para esse ano foram reduzidos de 111,3% para 105,9%. E no ano que vem, com a redução de garantias físicas de usinas e de cotas de Itaipu variou de 118% para 107,3%.

Os números foram apresentados na última sexta-feira, 5 de maio, por meio da publicação de um fato relevante junto à Comissão de Valores Mobiliários e comentados em teleconferência com analistas e investidores sobre os resultados obtidos no primeiro trimestre de 2017. Na avaliação do presidente do Grupo AES Brasil, Julian Nebreda, essa foi uma importante redução em relação às projeções do último trimestre do ano passado.
Assim como relatado no documento junto à CVM, a empresa apontou que essas reduções foram o resultado das negociações com geradoras, entre elas a Tietê Energia, do próprio grupo e que ficou em 50 MW médios, bem como a participação no MCSD Energia Nova. “Temos feito o máximo esforço par buscar estarmos no limite de 105%, mas acreditamos que nossa posição atual é o resultado de declaração compulsória do A-1 e da migração para o mercado livre ser reconhecido pela Aneel como exposição involuntária”, comentou. A empresa confirmou que a projeção de expansão do mercado para 2017 está entre 0,8% e 1,2%.
A empresa ainda reforçou que o seu plano de produtividade e de redução de custos deverá ficar em R$ 70 milhões no segundo trimestre e os R$ 130 milhões restantes, da meta de R$ 200 milhões na segunda metade do ano. Nesse trabalho está a recuperação dos indicadores de qualidade e controle de custos e despesas.
Contudo, no final do ano uma decisão poderá impactar a companhia em R$ 2 bilhões. É esta a projeção de quando a Justiça poderá dar seu parecer final sobre a disputa que envolve a companhia em um processo que envolve a Cteep e a Eletrobras e que data do ano de 1986, quando a distribuidora e os ativos que formam a transmissora eram uma só. À época, a Eletrobras realizou um empréstimo e que agora é alvo da ação que discute de quem é a responsabilidade desse débito. A previsão da Eletropaulo é de que a juíza do caso possa deliberar sobre o mérito dessa ação ainda em 2017.