O impacto da revisão da garantia física das usinas hidrelétricas no nível de contratação das distribuidoras será de 1,5 ponto percentual em 2018, segundo cálculo da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica. O valor é menor que o estimado inicialmente – entre 2 e 3 pontos – e representa aproximadamente 700 MW médios, já considerada a parte de Itaipu (409 MWméd), os contratos de energia existente e a energia das usinas em regime de cotas (menos de 300 MWméd).

“A medida foi importante porque ajudará a mitigar a sobrecontratação, mas com efeito relativamente pequeno”, avalia o diretor da Abradee Marco Delgado. A estimativa preliminar de redução da sobrecontratação das distribuidoras era maior porque o cálculo foi feito antes da publicação pela Agência Nacional de Energia Elétrica das cotas de Itaipu 2017, feita em novembro, e do leilão de energia existente A-1, que aconteceu em dezembro.

Para Delgado não houve surpresa em relação ao dois casos. O efeito da redução da garantia física de Itaipu já havia sido considerado pela Aneel ao estabelecer os montantes a serem repassados às distribuidoras das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste este ano. Havia também a expectativa de contratação de cerca de 2 mil MW no A-1 que  as empresas acabaram não comprando, o que evitou o aumento do volume contratado. Além disso, a partir janeiro, 30% das cotas de usinas licitadas foram para oambiente de livre comercialização.
 
Os novos valores de garantia física de 114 usinas hidrelétricas para 2018 foram publicados pelo Ministério de Minas e Energia na quinta-feira passada, 4 de maio. A redução total será de 1.317 MWmédios, ou 2,3% da energia disponível para contratação no Sistema Interligado. Algumas usinas terão acréscimo de garantia física. O MME previa redução total da ordem de 1.400 MW médios.