A Cemig está apostando que a Medida Provisória para reestruturar o setor elétrico prometida pelo governo poderá trazer algum tipo de solução para as UHEs São Simão, Miranda e Jaguara, que estão inscritas no leilão de outorga, que deve acontecer até setembro. Essas usinas não tiveram suas concessões renovadas com base na lei 12.783/2013. Em conferência com analistas de mercado nesta terça-feira, 16 de maio, o Diretor de Finanças e Relações com Investidores da Cemig, Adézio de Almeida Lima, a empresa ainda está em intensa negociação com o governo federal sobre o tema. “Estamos agradando a edição da MP, que com certeza vai trazer alívio não só para a Cemig, mas para todo o setor no país”, explicou.
A expectativa é que a MP saia em junho. O leilão de outorga vai ter ainda a usina de Volta Grande. De acordo com o executivo, há vários investidores interessados em formar parcerias com a estatal mineira. O executivo considera os ativos que irão ao leilão como ‘fantásticos’, frisando que eles são de qualidade e já poderão aferir receita logo no dia seguinte ao certame. Sem desistir da discussão judicial sobre o direito a renovação das concessões de São Simão, Jaguara e Miranda, a empresa se mostra disposta na disputa. “Talvez seja o grande ponto estratégico da Cemig esse ano na gestão da companhia, a solução do retorno dessas usinas para os ativos da Cemig”, aponta.
O plano de desinvestimentos da Cemig deve ser anunciado nas próximas semanas. As ações da Cemig na Taesa fora do bloco de controle podem entrar na lista, que também vai ser formada por participações que não estão no core da empresa. Lima lembrou ainda que a participação da empresa na usina de Santo Antônio está à venda, e que as negociações com um potencial comprador continuam. A oferta subsequente de ações primárias e secundárias da Light não saiu do radar da empresa e deve acontecer ainda esse ano. Porém o seu tamanho, segundo o diretor, vai depender de fatores como vão ficar os ativos da empresa depois dos desinvestimentos.
O plano de desligamento executado pela Cemig – que no ano passado atingiu 700 empregados e teve forte impacto na redução de despesas operacionais – deve continuar em 2017 a partir do mês de maio. A expectativa é que em 2018 a redução nos custos chegue a R$ 175 milhões.