A Associação Brasileira de Biogás e Biometano (ABiogás) tem nova presidência-executiva. O empresário Alessandro Gardemann assume o comando da entidade no lugar de Cícero Bley Jr., que ocupava no cargo desde a fundação, em 2013.
Bley parte para uma carreira internacional. Assume como CEO de um fundo de investimentos, com sede em Luxemburgo, para aplicações em energias renováveis visando o abastecimento de veículos elétricos, a biogás e outros combustíveis não convencionais. O agrônomo, que também foi superintendente de energias renováveis da Itaipu Binacional, foi uma dos primeiros no Brasil a acreditar que o biogás fosse capaz de promover o desenvolvimento do país.
Ele passa o bastão para Gardemann, administrador de empresas formado pela Escola de Administração de Empresas de São Paulo (EAESP-FGV). Após trabalhar no mercado financeiro, fundou a GEO Energética em 2008 e agora toma as diretrizes da associação. Tanto Gardemann quanto Bley estão alinhados e têm forte vínculo com energias renováveis e foram os precursores de um novo pensamento sobre o biogás no Brasil.
Desde a fundação da ABiogás, ambos executivos atuaram intensamente no setor energia com agendas na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP); no planejamento da Empresa de Pesquisas Energéticas (EPE); nos núcleos de políticas públicas e de estado; e no Ministério de Minas e Energias (MME). Foi nesta gestão que foi concebido o mais importante documento sobre o biogás no Brasil, a Proposta Nacional do Biogás e Biometano (PNBB), do qual partiram as diretrizes para a consolidação do energético no país.
“Os mais significativos avanços do biogás no Brasil aconteceram nesse contexto, a fonte venceu o primeiro leilão de energia, projetos de relevância internacional saíram do papel e o biogás de segunda geração entrou de vez nas políticas de estado”, avalia Bley.
Sobre o título de presidente emérito, o executivo destaca que além de ser uma das mais gratificantes honrarias que recebeu na vida, o título reflete a maturidade política que domina o ambiente da ABiogás. “Ali sabemos que o futuro do biogás depende do trabalho compartilhado por todos e continuado através dos tempos”.
Para Gardemann, o período em que Cícero esteve à frente da ABiogás foi um momento histórico nas energias renováveis. “É um desafio enorme assumir no lugar do Cícero, hoje a maior referência do biogás no Brasil, junto com os conselheiros da Associação espero poder dar continuidade a esse legado”, diz.
Para a vaga de vice-presidente da ABiogás, assume Gabriel Kropsch, diretor da Acesa Bioenergia. Kropsch é administrador de empresas pela PUC-RJ com MBA pela Coppead/UFRJ.