O Plano Decenal de Energia, a ser apresentado pela Empresa de Pesquisa Energética ainda neste semestre, deverá ter um viés econômico mais realista. De acordo com o presidente da EPE, Luiz Augusto Barroso, esse novo PDE virá oferecendo mais informações para o mercado, de modo que ele saiba qual será a reação do planejamento mediante cenários diversos. “Viemos perseguindo um PDE que seja interessante para todos. Ele tem que prover o mercado com a melhor informação possível sobre o planejamento”, explicou Barroso, que participou da abertura do Encontro Nacional de Agentes do Setor Elétrico, realizado nesta quarta-feira, 17 de maio, no Rio de Janeiro.

O presidente da EPE também apoia mudanças no atual modelo do setor elétrico, recordando que é uma discussão antiga dos agentes. Cogita-se que o governo publicará uma Medida Provisória com as mudanças. Para Barroso, o atual modelo chegou a um ponto de exaustão e não vai perdurar por muito mais tempo, devendo ser aperfeiçoado o quanto antes. Porém, ele alerta que não haverá um modelo ‘bom, bonito e barato’ para o setor. “É preciso destravar, tirar amarras. Um processo para ter as mudanças que a sociedade merece”, avisa.

A possibilidade de realização de leilões de energia ainda este ano foi reforçada por Barroso. Na abertura do evento, o ministro Fernando Coelho Filho aventou essa possibilidade. Segundo Barroso, esse leilão só viria após a conclusão do processo de análise de oferta e demanda, que deve terminar no segundo semestre. “Estamos fazendo um processo de organização da casa”, frisou.

A ideia da realização de um grande leilão de energia existente é considerada interessante para Barroso. O certame visaria a valorização dos ativos existentes. A situação é similar à do ano de 2004, quando houve um leilão com produtos escalonados para equacionar a geração existente. O detalhamento ainda está sendo discutido.