O diretor geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico, Luiz Eduardo Barata, reforçou a expectativa de que o país deverá conviver com a bandeira vermelha até o final do ano no atual patamar. Segundo as projeções do operador ainda não está claro se há a formação de um El Niño a caminho para o segundo semestre, o que traria um alívio para a operação do setor ao reforçar a hidrologia da região Sul do país.

Barata destacou que a geração no Nordeste está em cerca de 20% da carga com a situação hidrológica da região, que está nos piores níveis já registrados. Com a ocorrência do fenômeno climático há a perspectiva de que não se precisasse mais exportar energia do Sudeste para o Sul e assim, replecionar os reservatórios do maior submercado brasileiro.

“O bom seria a volta da chuva no Sul, estamos exportando energia do Sudeste para lá e uma das coisas que contamos é a boa afluência no Sul e assim parar a exportação e replecionar os reservatórios do Sudeste”, disse o executivo após participar da 14ª edição do Enase, que ocorre em 17 e 18 de maio, no Rio de Janeiro. “Estamos trazendo energia do Madeira e assim conseguimos manter o nível no Sudeste apesar de injetar um volume considerável de energia para o sul com a meta de manter o armazenamento de lá acima de 40%”, acrescentou.

Segundo a avaliação do ONS, apesar da situação critica da hidrologia a operação por lá está assegurada mesmo se a economia apresentar recuperação e com isso a demanda aumentar. Agora, alertou Barata, o reforço da transmissão é fundamental para a segurança do abastecimento e por isso o operador vem expressando a satisfação com os dois últimos leilões dessa modalidade.

Nesse sentido, o ONS vem desenvolvendo ações para mitigar os riscos, como o acompanhamento das obras dos linhões da UHE Belo Monte (PA, 11.233 MW). A perspectiva é de que o primeiro bipolo, que liga a usina ao estado de Minas Gerais, entre em operação em março do ano que vem “e é importante que não haja atrasos”, ressaltou. O segundo bipolo, continuou, está previsto para o final de 2019. “Temos trabalhado com órgãos ambientais para viabilizar as licenças para o início dos trabalhos”, argumentou.

Além disso, todas as possibilidades de antecipação estão sendo alvo de trabalho por parte do governo, o ONS vem atuando para viabilizar o que precisa ser feito para que essas plantas onde se identifica potencial de antecipação consigam realmente injetar energia antes do previsto.