O atual governo ainda pode aplicar as alterações que o setor elétrico precisa para destravar os principais assuntos que permeiam as discussões para as mudanças do modelo. O prazo é apertado, mas factível, e apresentará mais avanços em pontos que necessitam de alterações legislativas após as votações das reformas trabalhista e da Previdência Social, que estão em tramitação no Congresso Nacional. Com isso, a estimativa é de que esses passos ocorram no segundo semestre do ano.

“No meu ponto de vista, o entendimento é de que não existe a possibilidade de continuar como está. Caminhamos para um cenário extremamente difícil caso as coisas continuem como estão. A estabilidade no setor hoje exige uma grande mudança, pois se fica como está não é estável”, avaliou o secretário executivo do Ministério de Minas e Energia, Paulo Pedrosa após sua participação no primeiro dia do Enase 2017.

Segundo ele, essa geração tem o dever de olhar para o futuro ao enfrentar os problemas. Nesse contexto, deve haver a disposição em assumir perdas e construir a essa transição que vem sendo discutida com o mercado. Se ocorrer uma falha nessa discussão as mudanças podem até mesmo escorregar para 2020.

“Temos poucos meses para ter essa visão de futuro, se o setor falhar em fazer o que tem que ser feito, teremos em 2018 um ano difícil com as eleições, 2019 será um novo governo que estará se reorganizando e terá outra agenda legislativa forte, então levaremos para 2020 o enfrentamento das questões do setor”, alertou.

Esse pouco tempo para as discussões deve se concentrar no segundo semestre quando o governo terá entre três e quatro meses para detalhar medidas. Para o executivo, o tempo do setor é curto, ainda mais se precisar passar por mudanças em leis. Nesse sentido, destacou o papel do ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, como fundamental para dar a celeridade que o processo precisa no Congresso Nacional para as aprovações que serão importantes para o setor.

E ainda, que é possível destravar as coisas necessárias por meio do diálogo com o setor e ainda assim detalhar essas mudanças em tempo antes que essa janela atual se feche.

Leilão – Pedrosa ainda comentou que a realização de novos leilões é um processo que o governo realmente fará. Não deu datas mas as sinalizações diárias de que a economia vem se recuperando ao mesmo momento em que se tem os mecanismos que estão limpando o deck de projetos que não serão construídos, mais o processo de descontratação já levam à perspectiva de que a realização dos certames é uma realidade. “Como será, se A-5, A-3 e focando em renováveis, aberto a todas as fontes… isso estamos estudando, não posso atropelar a secretaria de planejamento nem a EPE”, finalizou ele.