A Abrage está preocupada com dois efeitos pesados sobre o segmento que representa. Tanto os efeitos do déficit de geração hídrica quanto o deslocamento da geração hidráulica que ocorre com o Mecanismo de Realocação de Energia são vistos como dois pontos importantes a serem abrangidos pela reforma do modelo setorial. Para tanto a associação está trabalhando em dois estudos para apresentar as recomendações de solução para os temas.
De acordo com o presidente executivo da entidade, Flávio Neiva, o tema do GSF demanda uma solução emergencial. Ainda mais ao se confirmar o tamanho do impacto financeiro que o déficit de geração previsto pela CCEE que é de quase R$ 40 bilhões, sendo R$ 14 bilhões no mercado livre. Ele disse que a entidade vem trabalhando em uma proposta por meio de um estudo de uma consultoria.
As soluções que estão sendo vislumbradas para o tema convergem com as que o mercado apresentou durante o primeiro dia do Enase 2017. Entre elas, a limitação do risco hidrológico assumido pelas UHEs em 5%, parcelamento da divida e extensão do prazo de concessão. “São dois cenários, de solução emergencial que precisamos atender no curto prazo e a estrutural para que as geradoras não tenham um risco do negócio em aberto limitaríamos esse risco a 5% para mais ou para menos, o que passar disso vai para o consumidor”, explicou.
Já o MRE precisa ser alterado de forma que possa se precificar o convívio da fonte hídrica com as demais, fato que hoje não existe e que em períodos de regime hidrológico desfavorável leva ao deslocamento das UHEs. Uma das propostas que a entidade considera a adoção de uma conta gráfica onde o balanço poderia ser feito por meio de transferência de energia física, sem envolver valores financeiros, assim como ocorre quando o Brasil realiza a importação ou exportação de energia a países como Argentina e Uruguai onde o mesmo volume em energia é enviado de volta como ‘pagamento’.
“Precisamos precificar essa fontes que convivem e isso não é feito atualmente”, definiu. “Para o MRE temos mais tempo para estudar os impactos e promover as devidas compensações.