Os fortes contingenciamentos feitos no orçamento da Agência Nacional de Energia Elétrica preocupam a Associação Brasileira das Grandes Empresas de Transmissão. Os cortes podem fazer com que a celeridade em processos punitivos como os das transmissoras Abengoa e Isolux diminua, trazendo problemas aos cronogramas do setor. “Estamos muito preocupados com o contingenciamento, vai limitar a atividade de fiscalização das concessões. Não pode demorar, beneficia o infrator”, afirma Mario Miranda, presidente da associação, que participou de debate no Encontro Nacional de Agentes do Setor Elétrico, realizado nesta quinta-feira, 19 de maio, no Rio de Janeiro (RJ).
Segundo Miranda, as dificuldades que as duas transmissoras enfrentam foram causadas por fatores externos as concessões e não por nenhuma dificuldade com elas em si. O diretor geral da Aneel, Romeu Rufino, revelou na última quarta-feira, 17 de maio, que a demora para encontrar uma solução par aos lotes da Abengoa pode fazer com que os lotes fiquem desnecessários no sistema.
Para o presidente da Abrate, uma eventual disparada do dólar em vista do cenário político não prejudicaria os vencedores dos últimos leilões de transmissão. Ele explica que a conjuntura analisada pelos investidores é a do longo prazo. “Já aprendemos a planejar sobre incertezas, não podemos parar de atender a infraestrutura”, observa.