O Banco do Brasil informou que disponibilizará R$ 1 bilhão em crédito para financiamento de usinas a biomassa voltadas a produção de energia elétrica na região Oeste do Paraná. O Programa Agro Energia foi lançado na última quinta-feira, 18 de maio, em solenidade no Parque Tecnológico Itaipu, em Foz do Iguaçu. Voltado ao biogás, o programa conta com a parceria da Itaipu Binacional e do Centro Internacional de Energias Renováveis (CIBiogás), entre outros.

As linhas de crédito serão usadas para a instalação dos biodigestores, compra dos geradores e integração da propriedade agrícola à rede elétrica. Os juros subsidiados variam de 2,5% a 8,5% ao ano, dependendo do tamanho da propriedade. Estima-se que o retorno do investimento aconteça em no máximo cinco anos. O valor investido na região vai depender dos projetos que chegarem ao Banco do Brasil.

A criação da linha de crédito do Banco do Brasil tem origem em uma demanda levantada pela Câmara Técnica de Energias Renováveis do Programa Oeste em Desenvolvimento, do qual Itaipu e CBIogás fazem parte. “Vimos que o principal gargalo era a falta de um financiamento para tocar os projetos. Então, tivemos uma reunião com o Banco do Brasil sobre a possibilidade de ampliar o financiamento e encarar os projetos de biogás como um negócio”, explica o diretor-presidente do CIBiogás, Rodrigo Régis.

De acordo com ele, a região Oeste do Paraná tem um enorme potencial na área de agroenergia. Só na suinocultura, há mais de dois mil produtores com potencial de criação de usinas geradoras de energia elétrica a partir da biomassa. O retorno do produtor, caso ele faça uma unidade geradora com recursos próprios, é da ordem de 18%. Se a criação do empreendimento for subsidiada por financiamentos como o do Banco do Brasil, o retorno sobe para 24%. O tempo de recuperação do investimento cai de cinco para três anos.

Segundo um levantamento feito pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), o agronegócio responde por 46% das exportações do Brasil e por 25% do Produto Interno Bruto (PIB) do País. No Sul do País, o setor é responsável por 70% das exportações e 35% das riquezas. O agronegócio é um dos maiores demandantes de energia elétrica para sue funcionamento.

“Já existe, aqui na região, um elo produtivo identificado e mapeado. O trabalho que a Itaipu e o CBIogás vêm fazendo facilita nosso acesso aos produtores de forma mais organizada”, resume o diretor de Agronegócios do Banco do Brasil, Marco Túlio Moraes da Costa. Em abril, o mesmo programa, mas voltado especificamente aos projetos fotovoltaicos, já havia sido lançado em Rio Verde (GO). “A Itaipu faz um trabalho de sustentabilidade na região e o Banco do Brasil só vem para apoiar esta iniciativa”, reforça.

Para o superintendente de Energias Renováveis da Itaipu, Paulo Schmidt, a empresa já tem atuado na preservação dos recursos hídricos e destinação correta dos resíduos. Agora, é um segundo momento. “Temos a possibilidade de gerar ganhos aos produtores rurais, especialmente nas cadeias de proteína animal. Mas se não tivermos incentivos, isso pode não acontecer”, afirma. Ele lembra a parceria entre Itaipu e Copel, por meio do Programa Mais Clique Rural, que tem o objetivo de modernizar a distribuição de energia e internet no meio rural.