Agora com a confirmação de continuidade à frente do Ministério de Minas e Energia pelo ministro Fernando Coelho Filho, o setor elétrico parece estar blindado contra a atual crise política. Isso porque, com a continuidade do ministro, permanecem na equipe técnica, tão aclamada pelo mercado, o secretário-executivo do MME, Paulo Pedrosa; Luiz Augusto Barroso, presidente da EPE; e Eduardo Azevedo, secretário de Planejamento do MME, dentre outros nomes de destaque. Ainda que o Brasil passe no futuro próximo por um novo governo, temporário, ou não, mudar esses quadros será muito difícil tendo em vista a ampla manifestação de apoio a esta equipe montada e liderada pelo ministro Coelho Filho.
Nos demais níveis de governança, o setor também encontra estabilidade, já que Luiz Eduardo Barata (ONS), Rui Altieri (CCEE) e Romeu Rufino (Aneel) são nomes com apoio do mercado e que também tem estabilidade, por norma, até o final de seus mandatos.
Já na espera empresarial, tudo indica que a equipe, que também foi comemorada e conta com o apoio do setor, está motivada e comprometida em seguir com as mudanças e transformações que o setor deverá passar nos próximos meses. Elena Landau, presidente do Conselho de Administração da Eletrobras, disse que o compromisso é com a Eletrobras e sua recuperação, por conta da interferência política que sofreu nos anos recentes. “O conselho de administração e o presidente Wilson [Ferreira Jr] foram indicados por sua qualificação técnica. Por isso, ainda que estejamos num momento de instabilidade política, nosso compromisso com a empresa se mantém inalterado”, afirmou a executiva à Agência CanalEnergia.
Wilson Ferreira Junior, presidente da estatal, reafirmou o compromisso em continuar o trabalho de saneamento da empresa. Ele lembrou que seu mandato vai até abril de 2019. “A revalorização do valor das empresas reflete o quão acertadas foram as ações desse governo”, afirmou em entrevista esta semana após participar de evento em São Paulo.
Outro nome que foi comemorado pelo setor está em Itaipu, que gera nada menos do que 17% da energia consumida no país e que tem grandes e bons desafios pela frente. O diretor-geral brasileiro, Luiz Fernando Vianna, afirmou que quer usar sua experiência acumulada em 30 anos de atividades do setor elétrico a serviço de Itaipu e do Brasil. Ele lembrou que no seu mandato, que vai até 2022, são dois os desafios principais: a revisão do anexo C do tratado e a modernização das unidades geradoras. “Um projeto [a modernização] que será concluído em 10 anos e que vai garantir a sustentabilidade operacional da usina nos próximos anos”. Vianna ressaltou a preparação do corpo técnico da usina para assumir esses desafios. “Vamos continuar trabalhando para garantir que Itaipu continue produzindo com patamares acima dos 90 milhões de MWh”, observou.