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Já estabelecidos em alguns países da Europa, nos Estados Unidos e na China, os carros elétricos ainda precisam buscar o melhor formato para penetração no mercado brasileiro. O Caderno de Veículos Elétricos, lançado na última quarta-feira, 24 de maio, pela Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro (RJ), mostra que etapas ainda precisam ser superadas. De acordo com Tatiana Bruce, pesquisadora da FGV Energia, a rede de recarga, a autonomia e o custo das baterias ainda são entraves para o desenvolvimento. Segundo ela, as baterias, embora estejam caindo de preço representam um terço do custo. A previsão é que na próxima década, o peço esteja equivalente. As regras para recarga são tema de audiência pública no âmbito da Agência Nacional de Energia Elétrica.

Com 3,6 mil carros em uma frota de 41,5 milhões de veículos, a Empresa de Pesquisa Energética prevê que em 2026, os veículos elétricos alcancem 2,5% dos licenciamentos ou 100 mil unidades. Nesse ano, a frota chegaria a 360 mil veículos. José Mauro Coelho, diretor de Estudos do Petróleo, Gás e Biocombustíveis da EPE, acredita que o tipo de carro elétrico a ser considerado no mercado nacional será o híbrido e não o elétrico puro, que deverá ficar restrito a nichos de mercado, como táxis e serviços públicos ou compartilhados. Ainda segundo Coelho, o preço também se torna um impeditivo para os veículos elétricos no país, uma vez que um carro elétrico tem um custo bem maior que os tradicionais. Somente 6% dos veículos vendidos no país custam mais que R$ 80 mil, o que pede uma queda no preço para que ele fique competitivo.

A definição de uma infraestrutura de recarga foi colocada como uma questão vital para Ricardo Bastos, vice-presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Veículos automotores. Segundo ele, é uma ilusão supor que os veículos elétricos vão fazer atividades como transporte de cargas. Ele também quer saber se a energia do veículo vai ser cobrada conforme a classe do consumidor que vai utilizá-lo. Bastos não teme as inovações que o carro elétrico vai trazer para o setor automotivo. Ele lembra que antigamente o carro era totalmente produzido dentro da fábrica e agora elas atuam como montadoras, com o trabalho sendo feito por fornecedores. A adoção de estímulos para turbinas o mercado foi levantada por ele com opção.

Os avanços tecnológicos que os carros elétricos vêm proporcionando para o setor vem acontecendo de modo global. Países estão discutindo como direcionar suas economias para o baixo carbono, o que transforma o veículo elétrico em oportunidade de negócio. Para Ricardo Gorini, diretor de Estudos Econômico-Energéticos e Ambientais da EPE, os efeitos dos veículos elétricos serão percebidos nas próximas décadas e grandes empresas do setor elétrico vem se dedicando ao tema, demonstrando interesse. “O setor tem um novo nicho de mercado e está olhando para ele com carinho”, observa.

Para o diretor, é preciso que seja feito um planejamento da transição de mercado que os veículos elétricos vão acarretar. A movimentação internacional deve ser avaliada. Segundo ele, essa preocupação com a transição vem do peso que a indústria automotiva nacional tem na economia brasileira. “Tem que planejar com cuidado o processo”, avisa.