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A Casa dos Ventos está com um pipeline de 6,8 GW que são elegíveis para disputar leilões de energia em 2017. A empresa vem investindo ainda em novas estações solarimétricas visando ampliar o seu espectro de investimentos no futuro com projetos híbridos assim que a demanda por novos projetos voltar ao país. Esse volume ainda faz parte da campanha de prospecção da empresa iniciada ainda em 2007, um ano após o seu fundador, Mário Araripe, ter vendido a montadora Troller para a Ford.

Conforme afirmou o diretor de Novos Negócios da Casa dos Ventos, Lucas Araripe, a empresa deverá começar a reter alguns dos projetos que estão em desenvolvimento, um posicionamento que representa uma mudança na postura da companhia que nos últimos anos começou a implantar projetos ao invés de apenas desenvolver e negociar com outras empresas do setor. A meta da Casa dos Ventos é de ter de 2 GW a 3 GW em seu portfólio.

Ele contou em apresentação sobre a companhia nesta segunda-feira, 29 de maio, que a companhia desenvolveu no total 5,5 GW em projetos que levou à cerca de 25% de toda a capacidade negociada em leilões no país até hoje. “Hoje em dia nos restam 15,5 GW em nosso portfólio mapeado, para o LER que foi cancelado no ano passado tínhamos 4,2 GW”, comentou ele.

Esse volume, continuou, representa mais que a soma dos demais cinco maiores empreendedores cadastrados no certame que seria realizado em dezembro do ano passado. Segundo as medições da empresa, o fator de capacidade desses projetos está na casa de 50% ou mais que isso. Esse índice, relatou, é mais elevado que a média nacional em decorrência do trabalho que a empresa veio desenvolvendo com um número maior de torres em uma região em comparação com o mínimo necessário para se habilitar a um leilão, o que reduziu a variável incerteza do recurso vento em uma determinada região.

Atualmente a companhia possui 358 MW em projetos em construção no Complexo Eólico Ventos do Araripe III que está localizado na divisa entre os estados de Pernambuco e Piauí. O projeto conta com 93% de conclusão. E o fato de ainda não ter recebido o empréstimo de longo prazo do BNDES foi alvo de crítica por parte do presidente da empresa, Mário Araripe.

Agora com a troca do executivo chefe da instituição de fomento as mudanças deverão ser mais adequadas ao mercado. Ele não se mostrou contrário à política que vinha sendo implantada pela ex-presidente Maria Silvia Bastos, mas disse que a forma como se deu essa transição não foi acertada, foi muito rápida. Em sua opinião, o mercado merece mais cuidado ao se tratar de mudanças e citou o exemplo dentro de casa que mesmo com quase a totalidade de execução do projeto ainda não recebeu o empréstimo.

Na avaliação do executivo do Santander para Corporate Finance em energia, Gustavo Miranda, ainda é cedo para se falar do fator BNDES como um todo. Comentou apenas que essa é uma das variáveis de risco de se investir no setor elétrico no Brasil e de Infraestrutura como um todo.

Élbia Gannoum, presidente executiva da ABEEólica, concorda com Araripe quanto à velocidade de implantação das mudanças que vinham sendo colocadas pela agora ex-presidente do banco. Contudo, avaliou que essas alterações para o médio e longo prazo são ações adequadas. “Com o novo presidente, a tendência é de que o BNDES será mais flexível, uma primeira conversa que tive mostra que deverá manter a política e, dentro de uma margem de manobra, atenderá mais os empresários”, disse.