O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social será um dos operadores preferenciais do Fundo de Cooperação Brasil-China, lançado nesta terça-feira, 30 de maio, pela Secretaria de Assuntos Internacionais do Ministério do Planejamento e pelo Fundo de Cooperação Chinês para Investimento na América Latina, durante o Fórum de Investimentos Brasil 2017. A iniciativa permitirá a criação de um mecanismo de classificação de projetos que viabilizará o financiamento de até US$ 20 bilhões em projetos de investimento exclusivamente no Brasil, que sejam considerados de interesse comum dos dois países.
Os setores estabelecidos como prioritários para receber financiamento do fundo são principalmente os ligados à infraestrutura, como logística e energia, mas serão avaliados também projetos em outros setores, como indústria, recursos minerais, agroindústria, novas tecnologias e serviços digitais. Do total, US$ 15 bilhões serão desembolsados pelo Claifund e outros US$ 5 bilhões pelas instituições brasileiras que participarão do financiamento dos projetos. O BNDES e a Caixa Econômica Federal serão os operadores preferenciais do fundo de cooperação, embora a participação como financiador seja aberta a outras instituições brasileiras. Diferentemente de outras fontes de financiamento chinesas, o Fundo de Cooperação Brasil-China não condiciona o apoio à participação de companhias ou conteúdo chineses nos projetos.
O fundo de cooperação não funcionará como um fundo de investimentos, com recursos constituídos. Será um acordo entre o Claifund e o governo brasileiro, que, na prática, funcionará como um mecanismo de triagem de projetos. Empreendedores interessados no financiamento do fundo para seus projetos submeterão cartas-consulta, que serão avaliadas pelo Grupo Técnico de Trabalho, formado por representantes do Brasil e do Claifund, e pelo Comitê Diretivo, composto de seis membros: três representantes brasileiros e três chineses, o que garantirá a aprovação de projetos que atendam aos interesses de ambos.
A partir da análise do grupo, o comitê avaliará se os projetos atendem aos interesses do Brasil e da China e oferecerão um certificado aos projetos aprovados. O exame da viabilidade econômico-financeira do projeto é de responsabilidade das instituições financeiras brasileiras e do Claifund, que participará de cada financiamento na proporção 3 por 1. Ou seja: para cada US$ 1 financiado pelas instituições brasileiras, o Claifund contribuirá com outros US$ 3. Assim, projetos de investimentos no Brasil poderão contar com fontes de financiamento em condições mais atrativas do que as praticadas no mercado brasileiro, mediante o comprometimento de financiadores brasileiros com apenas 25% do total de recursos necessários para os projetos.