O Ministério das Minas e Energia será acionado pela Comissão de Infraestrutura do Senado para prestar esclarecimentos sobre a venda, anunciada pela Petrobras, da concessão do campo de gás natural de Azulão, na Bacia Amazônica, com reserva estimada em 4,7 bilhões de metros cúbicos. O requerimento com o pedido de informações foi aprovado pela comissão nesta terça-feira, 30 de maio. Para o autor, senador Eduardo Braga (PMDB-AM), que preside a comissão, são necessárias explicações sobre a necessidade de se vender uma concessão com viabilidade econômica comprovada e condição assegurada especialmente após a construção do linhão de transmissão de energia Tucuruí-Macapá-Manaus.
De acordo com Braga, o campo de gás fica exatamente embaixo do linhão de Tucuruí para Manaus. Para ele, uma usina termelétrica a gás embaixo desse linhão é praticamente uma mina de ouro, o que o faz questionar a venda do ativo. O senador observou que partiu da própria estatal a iniciativa de informar ao mercado que a transação representa uma oportunidade para desenvolver o negócio perto de infraestrutura existente e de uma linha de transmissão. Mesmo que o anúncio da venda da concessão esteja de acordo com o plano de desinvestimento anunciado pela empresa, aprovado por sua diretoria executiva, Braga entende que a decisão requer esclarecimentos.
Anteriormente, observou Braga, a estatal sustentava que, tendo em vista a construção do linhão, a melhor solução para o aproveitamento do gás era a construção de uma usina térmica para venda de energia nos leilões de energia nova. Entre os pontos para esclarecimento, ele questiona se a venda estaria de alguma forma relacionada ao fato de a concessão ter sido alvo da operação Lava Jato por suspeita de superfaturamento no projeto da usina térmica. O senador questiona ainda se a decisão estaria associada a dificuldades enfrentadas no funcionamento do linhão. Ele também indaga se a estatal já possui estimativa de quanto conseguirá receber pela venda da concessão e qual seria o modelo de alienação a ser proposto para essa operação.
Amazonas – Na próxima terça-feira, 6 de junho, a comissão realiza audiência pública em que serão debatidas soluções e alternativas à crise de fornecimento de combustível para a geração de energia no Amazonas. O ministro Fernando Coelho Filho, é um dos convidados, além do presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Júnior; do presidente da Petrobras, Pedro Parente; o secretário-executivo, Paulo Pedrosa; o secretário de Energia Elétrica, Fábio Lopes; o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica, Romeu Rufino; o diretor presidente da Eletrobras Distribuição Amazonas, Francisco Romário Wojcicki e o diretor presidente da Amazonas GT, Wady Charone Jr.
As informações são da Agência Senado