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A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) revisou as projeções de crescimento do mercado de geração distribuída no Brasil, reduzindo em aproximadamente 30% a capacidade instalada estimada para 2024. Em novembro de 2015, a agência previa que o número de unidades consumidores com capacidade de produzir sua própria energia atingiria 1,23 milhão em 2024, totalizando 4,6 GW. A nova projeção aponta para 886,7 mil unidades e 3,2 GW de capacidade. A atualização das projeções de consumidores residenciais e comerciais com microgeração solar fotovoltaicos no horizonte 2017-2024 consta na Nota Técnica n° 56/2017, divulgada pela Aneel na semana passada.
Até 23 de maio, o país contava com 10.561 sistemas de micro e minigeração distribuída. Em dezembro 2016 é possível notar que o número de unidades no país foi 4,4 vezes superior ao registrado no final de 2015, indicando um crescimento acentuado no último ano, “mas ainda abaixo do potencial de expansão no país.” A fonte solar fotovoltaica representava 99% do número total de instalações, seguida pela fonte eólica. Em termos de potência instalada, a fonte solar responde por 70% e a eólica por 9%.
Em suma, a novas projeções utilizaram a mesma metodologia empregada na análise anterior. No entanto, no estudo de 2015 a premissa utilizada foi a bandeira tarifária vermelha e no novo estudo adota a bandeira amarela para todo o período. Também foram utilizados dados atualizados sobre as tarifas de energia de cada distribuidora e as novas estimativas de custos dos sistemas fotovoltaicos residenciais e comerciais. A Aneel também recalibrou os parâmetros matemáticos em função da evolução do número de microgeradores conectados na rede atualmente. Adicionalmente, foi considerado a projeção de demanda de energia elétrica do país (2016/2025) atualizada pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
A expectativa é que em 2024 haja 808,3 mil (2,4 GW) residências com sistemas de microgeração e 78,3 mil (783 GW) unidades comerciais.
Deve-se ressaltar que com a atualização das tarifas residenciais e comerciais para dezembro de 2016 e dos custos para a aquisição e instalação de sistemas fotovoltaicos de 3 kWp e 10 kWp, o payback estimado para cada área de concessão ficou inferior ao calculado em 2015.
Barreiras – Segundo o presidente executivo da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), Rodrigo Lopes Sauaia, há fatores econômicos e regulatórios que têm contribuído para essa desaceleração das projeções de mercado para a geração distribuída. Sauaia listou barreias de ordem processual, tributária e de financiamento.
“A visão da Absolar é que esta atualização de projeção de mercado feita pela Aneel mostra que estamos aquém das expectativas do governo. A Absolar acha fundamental que as instituições do setor elétrico trabalhem para acelerar o desenvolvimento da geração distribuída, de forma que possamos atingir a meta de 1 milhão de sistemas até 2024”, disse o executivo.
Tarifa Binômia– Para diretor presidente da Engie Solar, Rodolfo Pinto, o setor também está preocupado com uma possível implementação da tarifa binômia. Essa nova modalidade, defendida pelas associações de geradores e distribuidores de energia, pode impactar a relação custo-benefício da geração distribuída. As projeções internas feitas pela Engie apontaram que essa nova cobrança pode impactar negativamente o mercado.
“As nossas análises internas já apontavam uma redução no mercado [mesmo antes do estudo da Aneel] e um dos pontos principais seria a adoção da tarifa binômia. Isso pode gerar algum impacto no crescimento da geração solar distribuída no futuro. A questão é saber qual será o valor da tarifa binômia e qual será a equação financeira que vai sustentar o benefício da geração distribuída.”