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A diretora de infraestrutura do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, Marilene Ramos, não descartou a possibilidade de o banco voltar ao mercado internacional para captar recursos por meio da emissão de green bonds, papeis cujos recursos são utilizados para financiar projetos de infraestrutura de caráter sustentável. No curto prazo essa medida não é prevista até porque a instituição possui disponibilidade, mas assim que o Brasil voltar a crescer essa pode ser uma fonte para o banco.

“Novas emissões no curto prazo não, mas sim a médio prazo. Fizemos essa emissão onde captamos cerca de US$ 1 bilhão para testar o mercado e ver a receptividade do mercado ao risco do BNDES”, comentou a executiva após sua participação no Brazil Investment Forum 2017, em São Paulo. “Como essa captação é em dólar e possui um custo mais elevado e como temos a disponibilidade de financiamento com recursos próprios não haveria sentido de emissões a curto prazo, mas entendemos que com o país voltando a crescer, no médio prazo precisaremos de novas fontes e essa emissão demonstrou que o risco do banco é muito bem visto pelos investidores internacionais”, destacou ela.

Essa emissão do BNDES, relatou a executiva, foi bastante concorrida para o investimento em geração eólica e solar. Ela lembrou que esse é um reflexo da qualidade dos projetos nacionais e por conta dos recursos naturais que o pais dispõe com o que classificou como os melhores ventos do mundo e uma das maiores irradiações solares, que proporcionam alto impacto social e ambiental por estarem localizados em regiões pobres no Brasil. Isso vai ao encontro da meta do banco de incentivar projetos que tragam retorno com o enfoque social.

Esse mecanismo, lembrou, tende a apresentar um grande crescimento. Em 2012 era um mercado de US$ 3 bilhões e passou a cerca de US$ 200 bilhões quatro anos depois.

Alheio à mudança de comando pelo qual passa o BNDES, tanto Marilene Ramos quanto o diretor de Crédito da instituição, Cláudio Coutinho, destacaram que a política operativa do banco continua em mutação. Entre as mudanças está a adoção da TLP a partir de janeiro de 2018 que trará os financiamentos do banco a taxas de mercado o que poderá atrair novas fontes de funding para projetos, tendo como resultado o aumento de liquidez e um mercado secundário de contratos.

Coutinho destacou em sua apresentação a empresários e investidores que em um prazo de cinco anos as taxas de financiamento do BNDES estarão próximas ao que se tem no mercado em geral. Esse será o período de transição previsto e ao final do período o custo será equivalente, mas com a vantagem de que os contratos de financiamento serão mais atrativos ao mercado e há a possibilidade de repasse dessas carteiras como forma de reciclar esse capital. O que trará mais liquidez. Com a TJLP, lembrou ele, nenhuma instituição, a não ser o BNDES, carrega esse contrato por seu período de duração que pode ser de até 25 anos para a infraestrutura de uma forma geral.

Para o secretário do PPI, Marcelo Allain, sem subsídios no financiamento abre-se o campo para o funding de projetos por meio de outras fontes além do BNDES. “Juros de mercado assim como os bancos multilaterais, green bonds e outros”, relacionou. Quanto aos recursos internacionais o problema ainda está no risco cambial que para isso já há mecanismos implantados em leilões de aeroportos que podem ser um caminho, mas sem se referir especificamente a um segmento de infraestrutura em especial.

Coutinho, do BNDES, lembra ainda que não é o custo do financiamento que tem atraído projetos bem sucedidos. E lembrou a questão do segmento de transmissão e seus dois últimos leilões que negociaram quase todos os lotes colocados em disputa pela Aneel. Nesse segmento, que é considerado internamente uma indústria madura no banco, as taxas de mercado já são uma realidade. “Isso prova que bons projetos com taxa de retorno adequadas, são atrativos aos investidores, não é a taxa de financiamento que condicionará o seu sucesso de concessão”, definiu.

Ramos destacou também que há a meta de o banco reduzir o prazo de análise de projetos a 180 dias para 50% das operações que dão entrada no banco, sendo aprovadas ou não. Essa, disse ela, é uma meta desafiadora e que está sendo buscada. Outro tema em avaliação no banco é o Project Finance puro pois é impossível para o BNDES assumir o risco sozinho a taxa praticada com a TJLP. “Temos discutido como fazer isso e o caminho é o co-financiamento e trazer outras partes para reduzir a participação proporcional de cada um ter o risco compartilhado”, apontou.